Li na edição da semana passada, através do site do jornal, pois estou em viagem, que o prefeito Aladim conseguiu que o Estado invista mais de R$ 130 milhões na construção de uma estação de tratamento de esgoto em Terra Preta. É de se comemorar até não poder mais, porque além do alto custo, a obra finalmente vai acabar com o problema de saneamento básico no distrito, que dura muito tempo.
Saneamento básico no Brasil é artigo de luxo. Grandes centros e bairros ricos possuem redes de água e esgoto. Se sairmos dos principais estados, a coisa piora consideravelmente. Daí a importância de Terra Preta, que segundo estimativas tem 1/3 da população de Mairiporã, contar com esse benefício.
Lembro-me bem, quando vereador e presidente da Câmara, dos muitos pedidos para se levar água potável e esgoto para a Terra Preta. Naquele tempo o parque industrial já era próspero e o crescimento populacional deslanchava.
Eu e mais alguns pares ainda fizemos algumas tentativas nesse sentido, porém não encontravamos eco na reivindicação e a nossa força política era praticamente zero.
O tempo passou e o que assistimos foi o desinteresse de prefeitos, alguns dos quais para atender sugestões superiores de não atormentar a ‘pobrezinha’ da Sabesp, concessionária do serviço em nossa cidade.
Isto posto, o trabalho do prefeito Aladim tem ainda maior valor, já que considera saneamento básico como política pública de saúde fundamental.
Toda essa questão de saneamento na cidade sempre foi tratada com desdém pela Sabesp e autoridades. Em todo o território de Mairiporã o esgotamento sanitário não chegava a 40%, e esse quadro começou a mudar com a posse do novo prefeito. Além da falta de rede de esgoto, ainda hoje temos caminhões-pipa levando água a bairros que não contam com rede, mas pelo menos nesse particular o prefeito teve a luz e o bom senso de passar ‘o custo’ do serviço à concessionária.
Não se trata aqui de puxar o saco de quem quer que seja, pois não preciso de benesses políticas. Mas o prefeito merece ser reconhecido pelo que tem tido coragem de fazer e que não foi feito nas últimas três décadas.
Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988
