É difícil focar em algo quando temos a obrigação de focar em outras questões importantes. Nunca foi questão de escolha. Afinal, é óbvio que, quanto mais o tempo passa, mais as responsabilidades se acumulam. Da vida, da rotina. Todo mundo sabe.
Entre aquilo que a gente quer para o futuro e aquilo que a gente quer para o presente existe a ameaça do tempo. Será que existe tempo para tudo? Se trabalho para tornar viáveis meus projetos de futuro, consigo ao mesmo tempo viabilizar os meus projetos de agora, do presente?
O ímpeto primeiro é o de viver para o futuro. Até porque o futuro é imaginado e, na imaginação, não existem limites nem problemas ou dificuldades como no presente. Então, a saída é viver pensando no que será e no que fazemos para que se torne realidade, do que encarar o que é agora.
Não digo que essa saída é sem saída. Para qualquer realização futura, é preciso planejamento, é preciso ação pregressa. Mas, e quando se abandona o agora para viver apenas por um futuro que, obviamente, ainda não chegou?
Se deixa de ser no presente para planejar um futuro que pode até mesmo não existir, quem sabe?
As respostas não as tenho. O fato é que a vida nos leva e quando damos conta, já estamos mais entregues tão e entregues ao futuro que deixamos de estar no presente.
