Urgente!

Não me envie mensagens avisando que “precisamos conversar sobre determinado assunto”. Aliás, não envie nenhum tipo de mensagem que anteceda aquilo que se quer falar. É a pior coisa do mundo.
Esse é um hábito um tanto quanto estranho, mas que muitas pessoas têm. Aquelas mensagens que dizem “preciso falar uma coisa” e que fazem nossa mente viajar até outro planeta e voltar. Nesses 30, 40 segundos que a pessoa leva para escrever a mensagem seguinte, aquela que revela o que ela realmente tinha para falar, a imaginação fica a milhão e eu, pelo menos, não lido nem um pouco bem com isso. Afinal, será que é algo sério, algo urgente? Será que a pessoa descobriu um grande segredo que eu nem sabia que tinha? Será que falei algo que não devia falar, para alguém que não devia falar, em um momento que não devia falar, e agora a pessoa está vindo tirar satisfações? São 30 ou 40 segundos esperando por uma bomba, algo que talvez possa até, quem sabe, mudar sua vida e tudo que você já acreditou até então.
Mas, geralmente, esse algo nunca vem.
Essa semana, por exemplo, uma amiga perguntou se podia me ligar para falar sobre um assunto. Fiquei tenso, afinal que assunto era tão importante que merecia uma ligação? Bom, realmente o assunto era extenso, ela queria explicar uma nova ideia que teve para construir um site. Mas não era a bomba pela qual estava apreensivo.
Certa vez, outro amigo disse que estava doente. Sim, só isso, ele avisou que estava doente. Os segundos enquanto ele digitava uma explicação foram os piores: será que ele seria internado? Faria uma cirurgia? Resultado: era apenas uma gripe.
A verdade é que não existem problemas em enviar mensagens e sim em enviar mensagens avisando que vai enviar mensagens. Essa situação só gera um desgaste físico e psicológico desnecessário. Até porque, ninguém espera bombas desavisadas, não é mesmo?