Volta às aulas: desafios na pandemia

Desde março do ano passado as aulas presenciais deixaram de ocorrer na rede municipal de ensino. Vencidas as iniciativas de segurança sanitárias e a constatação do prejuízo pedagógico para os alunos neste período sem aulas presenciais que, por consequência ocorreu o inevitável, a baixa efetividade da aprendizagem.
Com o retorno, ainda dentro do período pandêmico, exige buscar a melhor condição possível para compensar as perdas de aprendizagem e, ao mesmo tempo, garantias de segurança dos envolvidos já que a condição ideal passa diretamente pela vacinação em massa da população.
Enquanto isso, qualquer iniciativa de retorno à normalidade traz insegurança diante da contaminação do coronavírus.
As recentes iniciativas como a da retomada das aulas presenciais que vem pipocando Brasil a fora trazem inquietações quanto sua oportunidade em relação a vacinação de seus estudantes.
A vacina para a faixa etária dos estudantes do ensino básico já conta com indicativos de segurança e eficácia. A revista cientifica The Lancet publicou estudos de fase 2 da vacina Coronavac destacando ser segura e eficaz em crianças de 3 anos ou mais. A Moderna anunciou que vacina contra Covid-19 foi eficaz em adolescentes de 12 a 17 anos.
Os Estados Unidos já vacinaram, até o fim de maio, mais de 2,5 milhões de menores com idades entre 12 e 15 anos. Entretanto as autoridades americanas esperam ter dados suficientes sobre a segurança das vacinas para começar a imunizar crianças ainda menores no próximo ano.
No Brasil, com a vacinação dos profissionais da Educação, o retorno as aulas presenciais serão ampliadas nesse segundo semestre em oito Estados e no Distrito Federal. Em São Paulo a rede estadual passará a receber o número de estudantes de acordo com a capacidade física das salas de aula no próximo mês de agosto.
O MEC – Ministério da Educação também defende o retorno urgente das aulas presenciais, conforme pronunciamento do ministro Milton Ribeiro na Comissão da Covid-19 do Congresso Nacional.
A condição ideal seria a vacinação de todos os estudantes e os profissionais que atuam nas escolas, mas o Brasil apenas imunizou com a 2ª dose por volta de 13% da população, pouco mais de 27 milhões de brasileiros. Ou seja, priorizar nossas crianças enquanto adultos estão morrendo por essa doença não está no horizonte das autoridades.
Sendo assim, a hipótese de vacinar os estudantes do ensino básico passa a ser uma questão ética, já que 87% da população brasileira não está protegida do COVID 19, em sua maior parte de adultos.
Sem vacinação para todos resta torcer!