Vinicius, o poetinha

Seria um absurdo que eu chamasse de coincidência o que aconteceu essa semana. Não seria justo e nem verdadeiro. Não seria poesia, seria só uma narrativa e não teria razão de ser crônica. Eu que sou apaixonado pela obra de Vinicius, o de Moraes. Marcus Vinícius da Cruz e Mello Moraes. Quando se foi eu ainda nem havia nascido, mas desde que aprendi a ler poemas na escola e me aprofundei na faculdade, passei a admirar essa maneira bonita de transbordar o sentimento do amor entre homem e mulher que vivido até a última gota, pode até não ser imortal posto que é chama, mas pode ser infinito “enquanto dure”.

A publicação do meu primeiro livro, claro que traz muito dessa herança. Muitas linhas dessa colcha de retalhos que eu costurei no tempo possuem a marca do poeta da paixão e ajudaram a construir a minha essência. Fui agraciado com uma grande honraria: a de receber um Diploma com o nome: “Vinícius de Moraes, em solenidade oficial no auditório “Prestes Maia” da câmara de vereadores da capital de São Paulo. Fui laureado publicamente pela Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo. Quem diria, como diz a fala popular. Uma premiação e reconhecimento justamente com esse nome e no mês em que aniversaria a nossa complexa e maravilhosa língua portuguesa.

Comigo por lá alguns amigos foram me prestigiar e muitas mensagens chegaram de almas carinhosas e que tem me incentivado a me firmar como escritor e palestrante, além de tudo que venho fazendo a aprendendo. A emoção é grande e faço questão de compartilhar com você leitor do Correio, essa vitória pessoal. Não por vaidade, mas para que essa vitória possa ser celebrada. Toda vez que comemoramos as coisas boas, acredito que elas se fixem, se repitam e se eternizam.

Meu primeiro livro é um sucesso e quanto mais ele fica famoso, mais cuido para não deixar que alimente meu ego a ponto de considerar que a fama seja superior a importância. Importar que em sua origem representa trazer para dentro do coração, é o que desejo para minhas palavras escritas e ditas onde quer que possam chegar.

Vinicius de Moraes nos deixou em 1980, encontrado sem vida em sua banheira junto a sua garrafa de whisky. Ou melhor, quem nos deixou foi sua matéria. A presença etérea ainda é real, do menino carioca que copiava versinhos do pai para que pudesse escrever a sua primeira namoradinha de escola e que teve nove casamentos e uma obra poética, teatral e musical que sem dúvida pode ser considerada a mais rica deste idioma no Brasil.

 

Luis Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro: Costurando o tempo – dos caminhos que passei.