Vilões da pandemia?

Ouvimos dizer, milhares de vezes, que o desconhecimento e a ignorância são males que afligem a maioria da humanidade. Agora, em plena pandemia do coronavírus, justamente desconhecimento e ignorância sobre a doença extrapolaram os limites do bom senso.
Veja caro leitor: barbeiros e cabeleireiros não podem trabalhar. Mas filas de pessoas em bancos e casas lotéricas pode! Clubes de futebol ainda estão impedidos de retomar as atividades, mas shoppings abertos e ônibus lotados, pode!
No comunicado que a Prefeitura divulgou semana passada, quando Mairiporã saiu da fase vermelha para a laranja, justamente barbearias e salões de beleza e academias de ginástica e centros esportivos seguiram proibidos de funcionar. O motivo: aglomeração de pessoas.
Só pode ser gozação do prefeito ou comodidade, seguindo ao pé da letra as sandices cometidas pelo Governo do Estado. Se o restante das atividades econômicas liberadas para atendimento ao público não tem aglomeração de pessoas, salões de beleza e barbearias estão como ‘bandidos’ nessa história e se mostram altamente nocivos à humanidade.
Pode-se deduzir de tudo o que se viu e ouviu sobre a pandemia que conhecedores do problema não existem. O que há em profusão são palpiteiros, videntes, adivinhadores, enfim, uma enxurrada de ignorantes a emitir opinião como se de fato entendessem do assunto.
Poder-se-ia dizer muito mais sobre as incongruências resultantes da pandemia, mas o fato é que pelo decreto do senhor prefeito, barbeiros e cabeleireiros representam perigo à população, são os vilões da pandemia. Isso nos remete a uma velha e surrada expressão: seria cômico, se não fosse trágico.