O AUMENTO abusivo no preço da carne bovina fez com que as vendas durante o mês de dezembro caíssem em Mairiporã. Proprietários de açougues ouvidos pela reportagem estimaram uma queda entre 20% e 30% no faturamento em relação às vendas antes dos reajustes. E não só houve queda nas vendas, mas também se viu a preferência do consumidor por cortes mais baratos. Passado o susto, a tendência verificada nas últimas semanas é de estabilidade, pois a demanda menor fez com que os preços caissem.
Segundo um dos açougueiros ouvidos, aquele churrasco de final de semana com picanha, viu essa carne nobre ser substituída por contrafilé, patinho, alcatra. Além disso, quem comia carne todos os dias, passou a fazê-lo duas ou três vezes por semana. Com a manutenção dos salários e o aumento da carne, a ordem foi economizar.
Se as carnes de primeira estão ainda com preços proibitivos, as de segunda também se mostram ‘salgadas’ ao bolso do consumidor, a maioria acima dos R$ 25,00 o quilo.
Queda de 15% – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou no início do mês que a cotação da arroba (15 quilos) do boi gordo diminuiu de valor no final de dezembro, queda média de 15%. Conforme levantamento periódico do Mapa, a arroba do boi gordo estava cotada a R$ 180 no último dia 30. No início do mês passado, chegou a R$ 216.
Conforme o ministério, o preço da carne vai reduzir para o consumidor final. O cenário “indica uma acomodação dos preços no atacado, com reflexos positivos a curto prazo no varejo”, descreve nota que acrescenta que a alcatra teve “4,5% de queda no preço nos últimos sete dias.”
Segundo projeções, a arroba vai ficar entre R$ 180 e R$ 200 nos próximos meses, dependendo da praça. A queda do valor interrompe a alta de 28,5% que salgou o preço da carne nos últimos seis meses.
