MAIRIPORÃ está com desabastecimento de vacinas meningocócicas C nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). A proteção contra a Meningite C deve ser aplicada no terceiro e quinto mês de vida das crianças e, novamente, aos 12 meses como reforço, segundo determinação do calendário nacional de imunização.
Assim como outros municípios, Mairiporã justifica que recebe doses insuficientes da vacina por parte do governo do Estado. Por consequência, a Secretaria da Saúde estadual diz que o problema está na esfera federal. O Ministério da Saúde, por sua vez, nega a situação e diz que a distribuição está regular.
Na prática, moradores de toda a cidade relatam a dificuldade para vacinar os filhos. A autônoma Juliana Passos, 33 anos, foi até a unidade de Terra Preta, e tentou imunizar a filha assim que ela completou 3 meses, no dia 2, mas não conseguiu. “Não deram previsão de quando teriam a dose e disseram que nem adiantava procurar em outras unidades, porque estava em falta no município.”
O mesmo aconteceu com o escriturário José Anderson da Silva, 40 anos, que procurou a vacina na UBS do centro, mas foi informado a respeito do problema em todo o Estado. “Liguei em vários postos de Saúde, até de outras cidades da região, porém não consegui em nenhuma delas”.
Na semana retrasada a reportagem do Correio (publicada também na semana retrasada) contatou unidades de Saúde em várias regiões da cidade e foi constatada a falta ou insuficiência da vacina nos estoques.
O número menor de vacinas disponíveis influencia na cobertura vacinal da população. Segundo dados do DataSus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), houve uma diminuição de 41% na quantidade de vacinas aplicadas na região neste ano em relação a 2017.
Sem imunobiológicos suficientes, a saúde das crianças pode estar em risco, dizem os médicos.
Embora o Ministério da Saúde afirme que a distribuição de vacinas meningocócicas C está regular, em setembro o governo federal emitiu nota aos órgãos de Saúde alertando que apenas 50% do quantitativo seria enviado, tendo em vista que a outra metade estava em análise pelo Incos (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).