Capítulo IV – Controvérsia e Opinião
1- Com a chegada das festas natalinas (ar*1994) aumenta o movimento do comércio, com as pessoas procurando os melhores produtos pelos menores preços e as condições mais vantajosas, aproveitando as promoções e fazendo economia. O consumidor deveria dar preferência para a cidade, não só para prestigiar o comerciante amigo e vizinho, como para não ter que empreender uma cansativa viagem até às localidades próximas, incluindo a Capital. Gostaria o comprador de deixar seu rico dinheirinho por aqui mesmo, mas teria que ter certeza de que sairia ganhando, não perdendo tempo, nem dinheiro e, muito menos, qualidade. O plano real, que fez com que pudéssemos outra vez saber o preço da banana, tem feito a felicidade, tanto de vendedores quanto de compradores. Durante todo o segundo semestre deste ano, o brasileiro tem tido condições de avaliar e comparar preços, vetando o que acha que está alto, elegendo o que julga ser apropriado, consumindo e poupando como nunca. Entretanto, nas pequenas e médias cidades continua valendo algo que já não é mais verdade. O cidadão comum pensa que os preços praticados no comércio dos municípios vizinhos ainda são menores que os do seu. Influenciado pelos meios de comunicação que destacam certas ofertas, o consumidor arrisca e acaba perdendo a viagem.
2- Em muitas cidades, até de grande porte, há intensas campanhas para segurar os consumidores. Em boa hora os atentos empresários locais também perceberam que haveria mais dinheiro circulando no final do ano e resolveram investir para tentar atrair os consumidores para o comércio da Aldeia. Em iniciativa inédita (tentativas anteriores foram muito modestas e tímidas), os comerciantes se organizaram e se prepararam para as festas e, como resposta, estão recebendo um grande número de clientes que, ainda ressabiados, vão chegando devagarinho para constatar que há de tudo nas lojas, padarias, bares, restaurantes, supermercados, farmácias e outros estabelecimentos. As reuniões de fim de ano podem ser planejadas e produzidas com artigos adquiridos aqui. As lojas têm o que for preciso para as festividades natalinas e de “reveillon”, desde a ceia (com mesa decorada) até os presentes para todos os gostos e bolsos. Para satisfazer os consumidores os comerciantes saíram a campo. Uns fizeram trabalhos isolados, outros se agruparam em blocos, numa espécie de “pool”, e todos procuraram os jornais e outros meios de comunicação para passar uma mensagem que permitisse que os moradores da cidade fizessem uma comparação e tirassem suas próprias conclusões. (continua)
(*) ar-ano de referência
Chistes populares
“Água mole em pedra dura, tanto VOTA até que fura.”