Uma no cravo, duas na ferradura

Já de algum tempo boa parcela de vereadores usa a tribuna da Câmara para proferir pesadas críticas à Sabesp. Acho até que malhar a concessionária do serviço de água é algo que foi incorporado à prática legislativa, e vem desde que ela chegou por aqui, em 1969.
As cobranças feitas pela Edilidade são inócuas, não tem alcance, não incomodam a empresa, já calejada com a performance histriônica dos vereadores e que certamente faz uso do ditado ‘cão que ladra não morde’. Daí a forma como atua na cidade, de não dar importância alguma aos problemas e muito menos satisfação à sociedade.
Mairiporã é, com certeza, uma das poucas cidades localizadas na região Sudeste que ainda atende parte da população com caminhões-pipa no fornecimento de água. Em pleno século 21, a 30 minutos de São Paulo, muita gente ainda não tem água encanada. Nem vou comentar sobre a rede de esgoto, porque aí é bem provável que alguém me tache de mentiroso. Em território quase com sua totalidade em área de proteção ao meio ambiente, nem 40% dos moradores tem coleta residencial de esgoto.
Fico com a sensação que nossos intrépidos representantes vão seguir com essa ladainha, mesmo sabedores de que a Sabesp dá de ombros aos reclamos.
Para não dizer que apenas critico, enalteço aqui a nova modalidade da zona azul, que trouxe novos ares para a região central, agora com vagas o dia todo, um ingrediente a mais para o incremento do comércio.
A se lamentar apenas que o ‘nosso’ prefeito tenha se especializado em dar uma martelada no cravo, e duas na ferradura.