Depois de quase um ano sem aulas devido à pandemia, ficou um saldo muito grande de experiências com os prédios escolares fechados.
Os profissionais da educação deste País com a palavra, pois estiveram na linha de frente muitas vezes em condições precárias. Abandonados sem uma coordenação nacional da política de educação, nesse “novo normal educacional” restou, em cada canto, a tentativa de ofertar esse serviço através da tecnologia. Evidentemente, parte dos alunos das escolas públicas não tem em suas casas acesso à internet banda larga ou nem mesmo computadores.
A universalização ao acesso à internet é um passo a ser dado, pois essa pandemia adicionou na marra no cardápio das escolas públicas brasileiras a tecnologia educacional.
Ao mesmo tempo, provocou o repensar dos espaços escolares em prédios, até então, impenetráveis com uma cultura escolar do início do século passado, com pouco ou quase nada alterada desde os primeiros grupos escolares brasileiros do presidente Getúlio Vargas, nos anos 1930.
A pandemia evidenciou quão obsoleta está essa forma de ofertar ensino neste país. Serve de alerta para os pensadores e acadêmicos educacionais. Sinais anunciados para esses novos tempos.
Sem a pretensão de indicar caminhos na educação nacional, a pandemia mostrou a necessidade de ser incorporada no cotidiano educacional do ensino público as tecnologias via internet e, sem dúvida alguma, abrir as portas das escolas públicas à sociedade contemporânea globalizada. No mínimo, será necessário englobar ações educacionais conectando professores, artistas, esportistas e pessoal da cultura.
A Educação Nacional precisa decidir fazer uma escola pública conectada com o mundo de hoje, que demanda a ampliação do tempo de permanência dos estudantes para as atividades dessas ações educativas e, em especial neste momento pandêmico, que os educadores sejam capazes de dialogar com as prováveis perdas enfrentadas pelos seus alunos.
Nesses quase um ano letivo, em que as improvisações de reinventar o ensino ficaram marcadas pela exaustão e inseguranças, vimos os educadores fazendo o seu melhor, mesmo sem ter uma referência, pois não houve uma coordenação nacional. Os pais dos alunos se manifestaram publicamente reconhecendo o trabalho trabalhoso dos docentes.
Esse saldo de novas experiências, principalmente as positivas, não devem ser desperdiçadas. Os gestores educacionais de gabinetes precisam valorizá-lo e dialogar com aqueles que estiveram e estarão com a mão na massa na linha de frente da educação. Quanto a ser aprendido com eles.
Na retomada educacional em pauta, nesse início de 2021, a necessidade de reconsiderar as circunstâncias do trabalho educacional daqueles que atuam na ponta do processo. Mesmo porque, a educação é um direito do aluno e precisará passar por uma discussão sobre as condições de trabalho digno para os profissionais da educação nas escolas públicas brasileiras.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)