SUSPEITAS de que o registro de 77 mil votos nas eleições de 2014, foram irregulares, levou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a pedir uma investigação sobre o assunto, à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República.
O cruzamento de dados, feito pela área técnica do tribunal, apontou falha no registro desse montante de votos, sobre a relação de votantes e eleitores que justificaram ausência nas urnas.
O TSE quer apurar se o problema pode ter sido erro humano no momento da autorização para o voto, ou se foi ação deliberada com o intuito de fraudar o processo em algumas localidades.
Para os técnicos TSE, ainda não é possível afirmar que todos esses casos estejam relacionados a irregularidades. O número também não teria condições de influenciar as eleições presidenciais, por exemplo, uma vez que representa 0,02% do total de 142,8 milhões de eleitores. Se for comprovada irregularidade, pode ser configurado crime de falsidade ideológica eleitoral, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.
Alguns casos chamaram atenção dos técnicos do TSE, uma vez que foram identificadas situações repetidas numa mesma urna. Em Bom Lugar (MA), uma única urna registrou o voto de 18 eleitores que também justificaram a ausência na eleição, ou seja, informaram à Justiça Eleitoral que não votaram. No mesmo município, foram identificadas outras urnas nessa situação com 15, 12 e 10 falhas cada uma, na mesma sessão. O município de Centro do Guilherme (MA), por exemplo, foi o que registrou maior número de ocorrências, 74 ao todo.
Em São Paulo, dos 31 milhões de eleitores, 9.173 apresentaram esse registro duplo. Em todos os Estados foram encontrados urnas com esses casos.
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, pediu a investigação dos órgãos de controle e também tomou medidas administrativas, como a substituição dos mesários e também a implementação do sistema biométrico nessas cidades.
Fonte: Folha