Três anos da pandemia da Covid-19

Nos últimos três anos de convivência com o Coronavírus, percebe-se os seus impactos no nosso modo de viver. Além dos dados quantitativos de contaminados e óbitos no mundo todo, o viver oportuniza destaque em valores humanos que antes passavam despercebidos. As reuniões familiares no Natal, por exemplo, tornaram-se mais engajadas e valorizadas com a presença dos entes queridos, secundarizando o presente material de natal contaminado pelo consumismo. Agora percebo que o abraço caloroso e prolongado prevalecem. Será que o pensar na perda de nossos entes querido pela COVID 19 que frequentou nossas mentes nesse período e a oportunidade de estar próximo de quem amamos aflora nossas emoções?

Os dados quantitativos nesses três anos mostram perto de 700 milhões de pessoas contaminadas e perto de 7 milhões de óbitos. O desenvolvimento das vacinas oportunizou a queda de novos casos e de óbitos. Em 2021 eram 201 óbitos por 100 mil habitantes no Brasil e nos primeiros três meses de 2023 são 3 óbitos, informa o CONASS-Conselho Nacional de Secretários da Saúde.

Neste cenário atual nota-se um ‘relaxamento’ nas posturas das pessoas. Claro que há 30 milhões de brasileiros, 14% da população, que não estão imunizados deixando de tomar a primeira dose da vacina. Já a segunda dose são 41 milhões que não a tomaram e são 91 milhões que não completaram sua imunização com a dose de reforço. Portanto, somente 51 % da população brasileira garantiram sua imunização diante da COVID 19 se imunizando através das vacinas. Esse 51 não é uma boa idéia!

Vamos esperar as consequências. O coronavirus continua matando!

Além dos óbitos e das sequelas, outras situações surgiram e a esfera educacional não foi poupada, bem como, nota-se efeitos socioeconômicos e psicológicos identificados nessa crise sanitária provocada pela COVID 19.

Nas universidades federais foram obrigadas a alterar seu calendário letivo e, por exemplo, o ano letivo de 2022 foi concluído no fim do primeiro mês de janeiro de 2023.

As escolas públicas de ensino básico receberam no retorno das aulas presencias, no segundo semestre de 2022, depois de longo tempo – lacuna de oferta de ensino e, por consequência, os seus alunos estão defasados diante dos planos de ensino, causando uma lacuna curricular, portanto, só com compensação do tempo perdido se corrigirão essas lacunas – oferta de ensino de responsabilidade dos órgãos públicos educacionais municipais e estaduais; entretanto se não fizeram adequadamente até agora deveriam pensar melhor. A recuperação no contra turno ou outras alternativas correspondentes não demonstraram efetividade – resultado certo. Essa não é apenas uma opinião, mas os indicadores educacionais e levantamentos sérios realizados recentemente indicam uma defasagem enorme no aprendizado de nossas crianças e jovens do ensino básico.  Esse será o objeto do meu próximo artigo.

 

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.