Trânsito que mata

Em recente reportagem deste jornal ficou evidenciado que o trânsito em Mairiporã é perigoso e não conta com um mínimo de estrutura. As mortes têm apresentado números alarmantes em acidentes culposos, o que leva a concluir que o setor não conta com investimentos em prevenção a acidentes, o que certamente contribuiria para uma demanda menor.
Os números, por si só, revelam a já conhecida estrutura deficitária, inclusive de outros setores ligados aos acidentes, como a Saúde. Os prejuízos aos motoristas e em especial aos pedestres são enormes.
O crescimento populacional, a cada ano, traz como consequência imediata o aumento da frota de veículos. As estatísticas comprovam isso. Para 95 mil habitantes, Mairiporã tem hoje mais de 50 mil veículos. Ou seja, quase um veículo para cada duas pessoas. Um absurdo! Os dados das duas informações são oficiais: IBGE e Denatran.
Muitas das anomalias registradas poderiam ser evitadas se fossem corrigidas como se deve. Inclusive, a partir de investimentos, pois a Prefeitura não informa o quanto o setor arrecada com multas, que não é pouco, nem onde aplica o dinheiro.
Aliada à questão dos acidentes, que para uma cidade do tamanho de Mairiporã mata muito acima da média, está a falta de um plano de mobilidade urbana, eternamente prometido pelos prefeitos que passaram pelo Palácio Tibiriçá, mas que ficaram restritos a conversas de gabinetes e enfadonhas indicações, que o prefeito não leva em consideração, feitas por vereadores.
E não só o plano é importante, mas também o serviço de manutenção nos buracos da malha asfáltica, nas calçadas mal feitas, na sinalização deficiente e pintura de solo inadequada. Há, ainda, necessidade de estudos apropriados para mão de direção, conversões e áreas de estacionamento.
Um trânsito que mata é sinal de pouco profissionalismo da Municipalidade. No ano passado foram 4 vítimas fatais entre janeiro e julho. Este ano, no mesmo período, o número dobrou, foram oito mortes.
A Prefeitura, por dever de ofício, tem que oferecer segurança aos motoristas e pedestres e fazer valer a máxima de que prevenir é melhor que remediar.