Trânsito ‘agoniza’ e não há perspectiva de melhora

DIRIGIR em Mairiporã é mais que uma aventura. É um suplício. Com carros demais e ruas de menos, não há como existir fluidez para um tráfego que vai muito além da frota da cidade, considerada alta para a oferta de vias de escoamento.
Os governos que passaram pelo Palácio Tibiriçá ficaram na promessa de resolver o problema, que só faz piorar e não oferece alternativas aos motoristas, motociclistas e pedestres. Todos desrespeitam as normas e o número de acidentes cresce a cada dia.
Os dados, no entanto, não retratam a realidade, pois muitos dos acidentes não chegam a ser registrados pela autoridade policial, principalmente se não há vítimas, apenas danos materiais aos proprietários dos veículos, que enxergam no boletim de ocorrência apenas perda de tempo.
Números – Para se ter ideia do problema em Mairiporã, foram 16 homicídios (culposo) por acidente de trânsito nos últimos dois anos (2015 – 2016) e 216 lesões corporais. Apenas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano (dados disponíveis na Secretaria da Segurança Pública do Estado) houve o registro de um homicídio e 23 lesões corporais.
Desde 2000, quando a mobilidade urbana começou a apresentar sérios problemas no município, especialmente pela sua transformação em rota de fuga de carretas e caminhões que evitam as marginais da Capital e se utilizam do rodoanel para chegar à rodovia Fernão Dias, que a Prefeitura fala em pelo menos minimizar as consequências de um trânsito caótico.
Reuniões, promessas e contratação de empresa para elaborar um plano de mobilidade urbana que contemple a cidade de forma a diminuir o caos ocasionado por excesso de veículos, ficaram só na tentativa.
A cidade tem hoje uma frota de 50 mil veículos, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), dos quais 30 mil são automóveis e 8 mil motocicletas. A isso, soma-se um número considerável de caminhões e carretas de outras localidades que passam pelas três principais ruas da cidade em busca de acesso à rodovia Fernão Dias. O resultado é um trânsito que não flui, é perigoso e submete a população a toda sorte de problemas.
Gestão – O governo municipal tem a obrigação de buscar soluções para o trânsito e discuti-lo com gestores e técnicos especializados no assunto. É urgente se pensar em maneiras de aumentar a sua fluidez.
Isso, por si só, evitaria o elevado número de acidentes registrados pelos órgãos de segurança pública. Na busca de medidas para melhorar a mobilidade urbana de Mairiporã, ‘a pressa não é inimiga da perfeição’.