Terra Preta espera por rede de esgoto há mais de 30 anos

A SABESP chegou a Mairiporã no final da década de 1960, ainda com o nome de Comasp, para assumir o serviço de fornecimento de água. Encontrou uma rede não só de água, mas também de esgoto (apenas na região central), instalada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto.
Passados 50 anos, a cidade continua deficiente na questão relativa à água, com dezenas de bairros dependentes da entrega feita por caminhão-pipa, que invariavelmente demoram além do esperado entre um abastecimento e outro, e praticamente não tem rede de esgoto. Segundo dados da Fundação Seade, Mairiporã tem 38% de rede de coleta de esgoto e praticamente ‘zero’ de esgoto tratado.
Pelos números, 50 anos foram insuficientes para que o saneamento básico atendesse o mínimo exigido pela área da Saúde. Há ruas com esgoto correndo a céu aberto, muitos bairros com uso de fossas e córregos e ribeirões servindo de trajeto para que os dejetos cheguem ao rio, que por sua vez desemboca na represa Paiva Castro.
Há incontáveis promessas de ampliação da rede coletora de resíduos e para o fornecimento de água, cujos investimentos não saíram do papel. O direito básico de saneamento e consequentemente de higiene, não é levado em conta.
Terra Preta – Se em Mairiporã a situação é caótica, no distrito de Terra Preta é muito pior. Simplesmente um local que abriga quase 30 mil habitantes não tem um metro sequer de rede coletora de esgoto.
Os vereadores que representam e representaram o distrito desde a eleição de Tadafumi Harada, em 1948, que fez parte da primeira composição legislativa, pouco ou nada fizeram em relação ao saneamento.
Ao longo da história foram mais 12 vereadores (entre titulares e suplentes) que tiveram assento na Casa de Leis e nunca demonstraram interesse em buscar soluções. E não se vislumbra nenhum movimento que permita acreditar que a Terra Preta esteja próxima de conseguir sua tão sonhada rede coletora de resíduos sólidos.
Básico – O saneamento básico é considerado essencial para a qualidade de vida da população, e também é um dos indicadores avaliados por empresas que pretendem investir, o que coloca o município com indicadores não recomendáveis para atrair empresas.
Renovação – Depois de atuar quase cinco anos sem contrato, vencido em 2009, a Sabesp renovou por mais 30 anos seu vínculo com o município. Cláusulas que obrigam a empresa a investir na cidade constam do novo acordo assinado em 2015. Mas passados 4 anos, a cidade continua com os mesmos problemas e ainda não viu melhorias nem no fornecimento de mais água e menos ainda em relação ao esgoto sanitário.
O crescimento populacional de Terra Preta é maior que no restante da cidade, impulsionado pelos conjuntos habitacionais. E isso implica em problemas maiores em relação ao setor.