Eu adoro a palavra ‘oportunidade’. Coloco ela o tempo todo nos textos. Dezembro chegou e há quem diga que não gosta desta época. Faça-me o favor! Não tem nada mais inspirador que as luzes piscando e os dias mais quentes do final de ano. A gente planejando que dia vai ser a confraternização e o amigo chocolate. Sonhando se a cesta de natal vai ser gorda. Pensa no bônus, na rua 25 de março e no que vai fazer com o décimo terceiro.
Tem que ser dezembro a nossa chance de fazer um balanço. Medir os passos que a gente deu à luz da reflexão. Acredito demais no poder de refletir a vida, as relações, a nossa maneira de lidar com gente chata, pegajosa, inconveniente. A maneira também de valorizar gente boa, que ajuda de graça com agilidade só pela satisfação de fazer o que é certo.
Pessoas que vão, pessoas que vem em uma roda gigante que alucina a minha cabeça. Afinal, tem gente que chegou outro dia e que já ficou indispensável, como tem gente que nasceu comigo, mas que não faço questão alguma de ver por perto.
O velho Noel e o menino Jesus na mesma noite se encontrando sem heresia, pois se misturam na nossa pureza e na imaginação dos nossos filhos. Na magia natalina das árvores com a neve que jamais vimos por aqui, mas que nos filmes, fazem a sonhar em ver pela janela caindo por sobre as casas.
Dezembrou por aqui para que os dias fiquem mais alegres e chegou nossa vez de acreditar. Acreditar e construir. Construir e ver nascer os sonhos mais simples e sinceros que se possa encontrar. E não há que se esperar o findar deste ciclo, pois é neste de hoje que plantamos o Natal para que more o ano todinho nas nossas casas, trazendo a esperança que seguimos agarrando e fazendo o tempo parar e fazer sentido.
Tem que ser dezembro e não haverá outro igual, nem mais longo, nem mais bonito que este, e descobrir isso é mergulhar nos mistérios do décimo segundo mês. Que pode ser o último, mas pode ser o primeiro. Basta querer!
Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb