Tecnologia na Educação e a rede municipal de Mairiporã

“Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.” (Edmund Burke)

 

Nos anos 1970 e 1980 os governos – federal, estadual e municipal – adotaram iniciativas relacionadas à tecnologia na educação em suas redes escolares.

Para evitar narrativas enviesadas considero importante destacar algumas ações de oferta da tecnologia educacional para alunos da rede municipal de Mairiporã, nos anos iniciais do ensino fundamental, quando foi implantada, no fim dos anos 1990.

Essa rede municipal de Mairiporã surgiu em 1997, no governo do prefeito Arlindo Carpi, acatando a responsabilidade constitucional estabelecidas aos municípios com oferta dos anos iniciais do ensino fundamental. Tal responsabilidade foi definida pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996, normatizada pela LDEB-Lei Diretrizes e Bases do Ensino Básico, de dezembro do mesmo ano, portanto, um mês antes da posse do governo Carpi.

Para tanto, naquele mesmo ano foram construídas sete (7) novas escolas municipais, ampliadas outras três (3) e, concomitante, foram implantados os laboratórios de informática em algumas escolas, enquanto outras foram incluídas no projeto Informação – Informática na Escola, com equipe itinerante levando equipamentos para aulas de informática. Reestruturação da Secretaria da Educação, concursos públicos para constituição de equipes escolares e de ensino caminharam junto.

O plano de ensino de informática objetivava ofertar aos alunos conhecimentos específicos de manuseio e utilização de micro computadores. Importante destacar que no fim dos anos 1990 não haviam redes de internet e os telefones celulares eram limitados a ligações telefônicas. Não havia celulares com internet e nem o notebook como conhecemos hoje.

Outros governantes que sucederam o governo Carpi (1997-2000) adotaram outras iniciativas de TI educacional, como, por exemplo, o Mãozinha em Ação, s.m.j., no governo do prefeito Aiacyda.

A Tecnologia da Informação (TI) com aulas regulares por meio de planos plurianuais se estabeleceu com a Lei nº 13.005 de 2014, inaugurando a previsibilidade legal para sua implantação.

Somente, vinte e quatro anos depois, em 2020 o CNE- Conselho Nacional de Educação instituiu a Base Nacional Comum Curricular – BNCC na Educação Básica com previsão da inserção da temática da tecnologia em diferentes etapas do ensino básico, incluso os anos iniciais do ensino fundamental – ATO CNE/CP nº 2.

Estudos acadêmicos atuais indicam que essas tecnologias adequadamente aplicadas, nos anos iniciais do ensino fundamental, especificamente na alfabetização – leitura e escrita – e na matemática básica – quatro operações, são ferramentas poderosas em favor dos processos de aprendizagem. Tais tecnologias, segundo Moran (2011), juntamente com “às multimídias disponíveis por meio de uma combinação de texto, som, imagem, animação e vídeo, podem ser muito favorável ao processo de ensino, desde que sejam aliadas dos professores” 1.

Evidente, essas práticas necessitam do acompanhamento de um planejamento coerente alinhado com os professores, com objetivos claros a serem atingidos, visando manter a atenção e o interesse dos alunos. Sendo assim, utilizam-se recursos preciosos por estimular todos os sentidos dos alunos, oferecendo uma experiência incomparável a qualquer outra mídia sozinha, desde que bem aplicadas.

Assim sendo, o aperfeiçoamento da aprendizagem dos alunos precisam contar com equipamentos modernos, planejamento alinhado com os professores na prática cotidiana, capacitações específicas e a valorização profissional dos docentes são ingredientes do sucesso na efetividade da utilização da tecnologia educacional. Só equipamentos tecnológicos, por si só, tornam-se objeto de lazer e entretendimento.

Concluindo, reitero que essas atividades são imprescindíveis na formação de nossas crianças, ressaltando a fundamental importância de docentes engajados no processo de ensino e aprendizagem alinhados com a tecnologia educacional.

MORAN J.M. Novas tecnologias e mediação tecnológica. 19 ed. São Paulo: Papirus, 2011.

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.