Sua excelência, o prolixo

O vereador Doriedson de Freitas (Rede), que na semana passada pediu a a inclusão e depois a retirada do projeto de lei do Executivo que define a nova contribuição previdenciária dos servidores municipais, por determinação da lei da Reforma da Previdência, explicou nesta terça-feira os motivos que o levaram a adiar a votação. Como sempre, aquela velha conversa de ‘melhores estudos’.

O parlamentar, por tudo que explicou na terça-feira desta semana, deveria ter tomado esse cuidado não depois do projeto pautado e que integrou a Ordem do Dia na semana passada. O projeto, pelo que o vereador deu a entender, chegou na casa e foi pautado de imediato, ou seja, ninguém teve a acuidade de pelo menos uma leitura, inclusive por seus pares. Aliás, outra prática bastante condenável no ‘modus operandi’ do nosso Legislativo.

Tudo aquilo que explicou, sobre reuniões com secretários, com técnicos e o próprio prefeito, era tudo o que deveria ter ocorrido antes do projeto ir a plenário e colocado para votação, atendendo a pedido do próprio Doriedson, que enfatizou ter doze assinaturas para tanto, e que depois recuou e pediu a retirada.

Uma síntese disso tudo pode ser definida como perda de tempo. O vereador, preocupado com as votações, e nesse particular o faz de maneira correta, seria coerente ao agendar as reuniões necessárias antes da terça-feira da semana passada, para que se dúvidas existissem as intervenções necessárias ocorressem antes da chegada a plenário.

De todo modo, espera-se que a lição seja aprendida, porque haverá oportunidade em que prazos para votação de leis serão mais curtos, sem a possibilidade de se estender em discussões, reuniões, etc e tal.

O vereador, que em sua primeira atuação como legislador, entre 2017e 2020, surpreendeu pelo bom desempenho, mesmo que em meio ao caminho tivesse desembarcado do grupo pelo qual foi eleito, desenvolveu e aprimorou desde então a capacidade que já tinha de ser o mais prolixo possível. Isso causa desânimo e falta de interesse aos ouvintes, é de uma chatice absurda.

PS: Outro vício que os vereadores tem, é o de suspender as sessões, depois de iniciadas, para melhor discussão dos projetos. Não seria melhor essa discussão antes do início dos trabalhos?