“Vá para os quintos”; “Vagabundo”; “Ladrão”, “Lava a boca antes de falar…”. O caro leitor pode imaginar que se trata que alguma discussão envolvendo pessoas já com alto teor etílico no cérebro e que se encontram no interior de algum boteco, ou mesmo entrevero entre vizinhos que não se suportam, ou até discussão entre moradores numa daquelas reuniões de condomínio em que a roupa suja é lavada à seco. Nada disso!
Essa candura de comportamento, essa educação raríssima, essa troca de ‘amáveis gentilezas’ ocorreu no Senado da República, sim, meus caros, no Senado, em que um manjado senador, integrante da CPI da Covid, e um colega membro da comissão, partiram para a agressão verbal e, não fosse a pronta intervenção da turma do ‘deixa disso’, teriam chegado às vias de fato.
O parlamento brasileiro se transformou não em uma Casa de Leis voltada aos interesses da Nação, mas em rinha de briga em que situacionistas e oposicionistas se digladiam pelo controle do poder, custe o quanto custar.
Ambos deveriam ser punidos com a perda de mandato, pois se senadores se permitem a essa ‘baixaria’, o que dizer de outras casas legislativas, tidas como menos nobres que o Senado da República.
A classe política, faz tempo, perdeu a vergonha e age conforme os interesses pessoais ou de grupos. Aos que ainda conseguem se indignar, resta apenas assistir esses tristes espetáculos e ver enfiado goela abaixo, via TV, aquela conversa mole do Tribunal Superior Eleitoral sobre a importância de se votar nas eleições.
Neste País perde-se tudo: a vida, a saúde, o emprego, a esperança, a fé, e ainda assim os políticos não perdem a pose, a busca pelo poder e uma vida de marajá à custa do dinheiro do povo. Se preciso for, como se tem visto ao longo de décadas, passam por cima de quem lhes atravessar o caminho.
Não será mais surpresa se fatos como os de quinta-feira no Senado se repetirem. Aos políticos, todo o poder, inclusive o de não ir preso mesmo com mal feitos comprovados.
Com a recente salvaguarda chancelada pelo Supremo Tribunal Federal, políticos ou são soltos ou não vão presos. E não tardará o dia em que os representantes do Ministério Público que trabalharam na Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro e os desembargadores do Tribunal Federal 4, do Rio Grande do Sul, serão presos por ousarem colocar na cadeia ‘honoráveis bandidos’.