Pandemia

De vez em quando acontecem algumas coisas que a gente sabe que vão ficar marcadas na história. Não na nossa história pessoal, individual, mas na história do mundo mesmo. Daqui a 5, 10 anos, não estaremos nós relembrando aquela vez que o mundo inteiro foi atingido por uma doença altamente transmissível? O que acontece é que, em geral, não percebemos estar passando por um desses momentos históricos enquanto ele está acontecendo.
Depois de um tempo, conseguimos ver. Mas não é difícil encontrar quem ache que o agora não tem como virar um passado marcante. Como surgem passados marcantes sem presentes marcantes?
Por isso, por agora prefiro não acreditar na irresponsabilidade de quem se recusa a mudar a rotina de acordo com a situação atual do mundo. Prefiro acreditar que não enxergam o presente como um potencial passado marcante. “Não é tão grave assim”, pensam eles. Mas não é isso que pensamos, ou preferimos pensar, toda vez que uma coisa grave acontece?
Longe de mim querer alardear algum tipo de pânico, isso não é saudável. Mas os cuidados, ditos e repetidos em diversos lugares e de diversas formas, não são apenas uma maneira de preservar o bem-estar individual, e sim de colaborar para que o presente marcante se torne uma memória menos dolorosa. Enfim, não esqueçam de lavar – bem – as mãos.