Só politicagem

Já foi dito, inúmeras vezes, que o prefeito Aiacyda é o político mais processado na história política da cidade. O relatório da CEI do Semáforo, que pede a sua condenação por improbidade administrativa e abuso de poder, é só mais um que vai ostentar em sua coleção. Isso, se o Ministério Público fizer a parte que lhe cabe, assim como o Tribunal de Contas.

No relatório foram constatadas inúmeras irregularidades no processo de compra e instalação dos semáforos, que hoje servem de peça decorativa na principal avenida da cidade.

Isso significa que o prefeito ainda vai demorar para responder sobre essa questão e que não haverá impedimentos à sua tentativa de buscar mais um mandato.

Os semáforos foram só um dos muito problemas criados pela administração Aiacyda, com a conivência dos vereadores.

A composição legislativa, iniciada em janeiro de 2017, tem um histórico de contradições e politicagem. O único vereador coerente com suas convicções é Wilson Sorriso, que desde o primeiro momento disse e cumpriu que os mal feitos seriam por ele denunciados. Os demais formaram uma tropa de choque que se imaginava perene.

Ao final do segundo ano de mandato teve início a cisão, que se materializou na escolha do novo presidente da Casa. A votação obtida pelo eleito sinalizava que a oposição teria maioria folgada a partir de janeiro de 2019. Ledo engano. O que se viu na eleição do novo mandatário não se concretizou um mês depois e a tropa de choque perdeu três vereadores, que se juntaram a Wilson Sorriso. A chegada de janeiro deste ano, por motivos óbvios, fez com que mais três se mudassem de mala e cuia para o ninho oposicionista, que passou a ter sete vereadores.

A tropa de choque, desde então, passou a ter seis: três de extrema confiança de Aiacyda (Tonhé, Chinão Ruiz e Marco Antônio), dois que num passado nem tão distante eram inimigos do alcaide (Gusto Forti e Marcio de Olilveira) e um que evitou rixas de caráter partidário e pessoal: Valdeci América.

Observando-se atentamente o cenário, conclui-se que os eleitos em 2016, apesar da expectativa dos neófitos, se constituiu na pior composição legislativa já registrada na história política de Mairiporã.

Faltou protagonismo e sobrou uma trajetória em que não se construíram pontes, mas ergueram muros entre a Câmara e a sociedade.