O alto volume de chuva dos últimos meses não foi suficiente para elevar de forma satisfatória o nível de água dos reservatórios que formam o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento dos municípios que integram a Grande São Paulo. Até ontem, o volume útil armazenado era de 41,5%, que na comparação com o mesmo período de fevereiro do ano passado é 3,3 pontos percentuais menor.
Outros sistemas que abastecem o Estado de São Paulo, no entanto, percorrem caminho inverso, e registram aumento nos níveis de água.
Mesmo com o volume dos reservatórios abaixo dos níveis projetados, a Sabesp destaca que, por enquanto, não há risco de desabastecimento na Região Metropolitana de São Paulo, nem nas cidades atendidas pelo Cantareira. Porém, especialistas alertam para o agravamento da crise hídrica nos próximos meses, devido ao período sem chuvas.
Segundo eles, para uma situação confortável durante o período de seca, que ocorre a partir de março, os reservatórios (cinco) do Cantareira deveriam estar com volume de água entre 70% e 80%. Dizem também que o atual nível está abaixo do esperado para o período de chuvas.
Fatores – Diversos fatores climáticos concorrem para o baixo nível das represas, como a concentração da chuva nos centros urbanos, que se deve às alterações climáticas, como a ausência de vegetação nesses locais.
O aumento no nível de água nos reservatórios só é possível com um volume de chuva nas cabeceiras dos rios, o que não ocorreu nos últimos dois meses, apesar de chuvas intensas.
Ainda de acordo com os especialistas, não é só a concentração de nuvens nas grandes cidades que impactaram nos reservatórios, mas também a diminuição de chuvas nos últimos anos, situação que vem sendo apontada desde o ano passado, que alertaram para formas diferentes das precipitações pluviométricas, que passaram ao largo das políticas públicas para o setor, como por exemplo construir sistemas de abastecimento mais resilientes.
“O mode de cair das chuvas está mudando drasticaqmente e a origem são as mudanças climáticas registradas nos últimos anos”, enfatizam.
Medidas – Nos últimos meses a Sabesp afirma ter realizado campanhas permanentes para incentivar o consumo consciente de água, como forma de melhorar a segurança hídrica.
Na prática, no entanto, o resultado não tem se mostrado satisfatório. (Da Redação – Foto: Sabesp)