Semáforo do coronavírus

Apanhado de surpresa, ou não, fato é que o mundo se viu diante de uma pandemia que ceifou milhares de vidas e alcançou milhões de pessoas. Cada País, a seu modo, buscou formas de enfrentá-la. O Brasil, não entanto, teve marca própria nesse processo.

Cientistas, médicos, imprensa, religiosos de todos os matizes, curiosos e falsos profetas deram seus pitacos de como enfrentar a doença. O resultado? Esse que aí está!

De concreto mesmo, e sem querer dar pitaco, é que o Brasil parou (ou pelo menos tentou) quando era para seguir adiante, e seguiu em frente quando era para dar ‘stop’.

Em meio a tudo isso, receitas milagrosas, remédios infalíveis, conselhos estapafúrdios e dicas sem qualquer serventia. A grande imprensa também não se furtou a divulgar bobagens. A Folha de S. Paulo, apenas para ficar em um só exemplo, numa das suas escandalosas publicações, destacou que o vírus vinha sim, pelo ar. No dia seguinte, recomendou que todos abrissem as janelas para o ar entrar. Não seria cômico, se não fosse trágico?

O Estado de São Paulo tem uma participação única no Covid-19. Dória, fantasiado de paladino justiceiro, chamou para si, primeiramente em embate com o presidente da República, a responsabilidade de enfrentar com eficiência a pandemia. Depois, virou sinalizador, ao criar cores para carimbar cidades com mais ou menos casos da doença. São Paulo, por ser o Estado mais populoso, é o que concentra os registros mais significativos na comparação com outras localidades. Mesmo assim, o ‘semáforo do coronavírus’ criado, segue com alternâncias ao sabor do vento.

Regiões que estavam no vermelho rapidamente chegaram à amarela; quem nessa estava, foi alçada para a verde; laranjas também contemplaram algumas regiões. O mais absurdo nisso tudo é que municípios que deveriam estar nas faixas amarela ou verde, ficaram na laranja ou vermelha porque os municípios cabeças das regiões estavam com dados alarmantes. Ou seja, todo mundo punido.

O vai e vem de cores, o abre e fecha das atividades econômicas (Mairiporã também, porque o prefeito não se furtou a seguir à risca tudo que emanou do Palácio dos Bandeirantes) só trouxeram desinformação e prejuízos. A cidade segue com registros de casos positivados e levados a óbitos, na mesma velocidade que empresas fecham as portas e colocam trabalhadores no olho da rua.

No cômputo geral, a pandemia serviu para mostrar, de forma inequívoca, que o Brasil não está preparado para enfermidades com grande alcance social, segue dançando conforme a música, ou seja, tudo na base do improviso, aproveita da situação para gastar dinheiro público sem nenhum controle, dá voz a desinformados e despreparados, como a grande imprensa, rápida em levar pânico às pessoas, e dar guarida a opiniões desencontradas, inclusive de quem deveria saber pelo menos o básico.

Muito particularmente, na questão ‘semáforo do coronavírus’, em Mairiporã ele não tem qualquer serventia. Por aqui, SEMÁFOROS NÃO FUNCIONAM!