Sem trégua

Difícil imaginar este País sem corrupção. Difícil não, impossível. Depois da Lava-Jato, que agora pretendem destruí-la e devolver bandidos às ruas, aqueles que roubaram escandalosamente a Nação, os mal feitos se sucedem e a Polícia Federal tem botado gente de grosso calibre na cadeia. Agora mesmo, comparsas do governador do Rio de Janeiro que está preso, também foram levados ao cárcere. Os relatos do denunciante, ex-secretário estadual, é de fazer corar o mais corrupto dos seres humanos.

Nem mesmo diante da maior tragédia sanitária que conhecemos os ladrões dão trégua. Todo dia informações apontam para a classe política, aliada a figuras de expressão do Judiciário e uma gama de advogados, metida em atos condenáveis. Enquanto a população grita por vacinas, leitos em hospitais e a volta imediata do setor produtivo, os gatunos prosseguem na sanha avassaladora de meter a mão no dinheiro público.

Não quero ser extremista, mas há certos casos em que a punição que alguns países do Oriente Médio utilizam para punir ladrões, deveria ser aplicada por aqui: cortar as mãos. Chega a ser um pensamento insano, porém a gravidade de algumas situações é tamanha, que mesmo essa punição pareceria branda.

Enquanto isso, em Brasília, deputados tentam encontrar um ‘jeitinho’ para não acabarem atrás das grades. A PEC da Impunidade está sendo amplamente debatida e, por enquanto, os gritos que ecoam das ruas não surtiram efeito.

Os ventos de mudança quando a Lava-Jato surgiu e mandou muita gente graúda para trás das grades, viraram brisas. O poder dos poderosos parece ter voltado com força total e não demora os malfeitores estarão livres e as autoridades que os julgaram, presas.

Quando o cidadão imagina já ter visto tudo neste País, vê que o pesadelo é interminável.

 

 Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988