Próximo de completar dois anos à frente da Prefeitura, em seu terceiro mandato, o prefeito Antônio Aiacyda não consegue realizar o básico e não há um só dia em que o jornal não receba denúncias de moradores relatando falta de limpeza em áreas públicas, mato no lugar de gramados, calçadas em desnível e esburacadas e um parque linear ainda por ser concluído e com problemas naquilo já entregue como área de convivência à população. Não há que se ter meias palavras: Mairiporã, embora o governo diga que não, está abandonada.
Os cidadãos, em sua maioria, reclamam da falta de conservação de espaços públicos em que possam transitar com conforto e segurança. Se na região central há problemas de toda natureza, na periferia o quadro é ainda pior, com locais em que proliferam insetos e animais peçonhentos e terrenos particulares em total desacordo com o código de posturas. Imagina-se que nem as multas que deveriam ser aplicadas aos proprietários a Prefeitura aplica, como forma de coibir esse abuso.
E que não se busquem desculpas, do tipo muita chuva, ou tempo exageradamente seco, ou seja, as questões climáticas nunca foram empecilho para quem tem vontade de fazer, pois cuidar da cidade é quase uma insignificância administrativa: pode ser feito com funcionários do próprio quadro municipal e a um custo baixíssimo e deveria ser rotina.
Muita gente descarta o lixo de maneira equivocada, dispensa móveis em calçadas e às margens dos córregos e ajuda a emporcalhar praças e parques. Mas atribuir o descaso ao desmazelo de parte da população é um sofisma.
O que se tem visto há muitos meses é fruto de abandono cuja responsabilidade é exclusiva do poder público – o que, ainda que não justifique, motiva moradores a desconstruir o espaço coletivo.
Manter uma cidade bonita há muito deixou de ser algo figurativo.