Se disserem que tive sorte

As pessoas sempre me perguntam sobre histórias vividas nesses anos em que sou o orador em cerimônias de casamento. Muitas eu conto em rodas de conversa, sem mencionar nomes, os que merecem destaque. Sorte minha que a maioria é de bons acontecimentos, mas também há momentos de tristeza. Como acontece na vida, não é possível que tudo possa dar certo o tempo todo. Fico observando muitos dos casais nas redes sociais e a esmagadora maioria continua junto até que a morte os separe. Fato é que há situações em que infelizmente noto a separação: fotos de viagens ou em academias. Aliás, impressionante como separados vão para as academias. Como se voltassem para o mercado e desta forma quisessem cuidar de si mesmas. A gente deveria cuidar de nós mesmos o tempo todo e por amor próprio.

Vinicius de Moraes, o poetinha, sempre dizia que não há nada melhor para a saúde do que um amor correspondido. No fundo todo mundo quer um amor. Acredito nisso! Se um dia um segundo livro com histórias de matrimonias pode surgir, só Deus é quem sabe. Antes de cada casamento e praticamente toda semana o ano inteiro eu tenho conversas com casais para ouvir deles aspectos sobre como se conheceram, onde foi o primeiro beijo, datas importantes, fatos marcantes, pedido de casamento e sonhos para o futuro. Sou praticamente um psicólogo de relacionamentos, mas pode ter certeza, em minha casa o espeto também é de pau, como diz o ditado. Eu brinco que seria capaz de dar cursos pré nupciais, também pela experiência em entender através das histórias um pouco do relacionamento das pessoas.

Nesse contexto está surgindo minha nova atividade profissional, como contei outro dia. Agora também sou palestrante e quando esta edição chegar em suas mãos ou a vista dos seus olhos, já terei feito minha estreia oficial no plenário da Câmara Municipal, com o tema: “Bom humor e motivação”. Palestrante e escritor! Quem diria. Agora terei mais essa missão, mas continua tendo como matéria prima da vida as palavras. O poder de encantar as palavras para que sejam ditas, escritas e possam de verdade fazer bem ao coração das pessoas, creio que seja um dom do qual eu me orgulho bastante e que não é questão de sorte. É fruto de horas inteiras na bibilioteca da escola Hermelina, da coleção vagalume, das histórias de Og Mandino e das literaturas brasileira, portuguesa, inglesa e norte americana. Importante ressaltar, já que como dizemos, ninguém vê os tombos e ter uma foto estampada e um texto em página de jornal, pode parecer acaso ou que seja fácil chegar.

Caso um dia eu me inspire falar dos casamentos por aqui, garanto que muita gente ficará surpreendida, mas antecipo que casar vale a pena. Que estar junto ao lado de quem a gente se sente mais feliz e quer caminhar na mesma direção é um privilégio que a vale a pena desfrutar.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb