A equipe que tornou a Vila Belmiro a mais famosa vila do mundo, comemora este ano 60 anos da conquista do primeiro mundial interclubes, em 1962, em duas partidas memoráveis diante do time português do Benfica.
Uma programação especial vai relembrar a data, neste sábado e domingo, em Lisboa, e contar com as presenças de Lima e Pepe, dois campeões pelo time do Peixe. Neste sábado, no Estádio da Luz, onde aconteceu a final, os santistas vão presentear os ‘encarnados’, apelido pelo qual são chamados os benfiquistas, uma obra que tem as pegadas dos dois maiores idolos: Pelé e Eusébio. No domingo, no Spirit Sport Bar, na região baixa de Lisboa, serão lançados dois uniformes do Santos para 2022.
Libertadores – Para decidir o Mundial Interclubes, o Santos primeiro teve que conquistar a Libertadores em 1962, em três partidas dramáticas contra o Peñarol do Uruguai. No primeiro jogo, no Estádio Centenário de Montevidéu, o Peixe venceu por 2 x 1 e tudo parecia indicar que o jogo de volta, na Vila Belmiro, apenas ratificaria a conquista.
Não foi o que aconteceu. O Peñarol, que tinha um timaço, venceu por 3 x 2 e obrigou a realização de um tira-teima, que foi jogado no Estádio Monumental de Nuñes, campo do River Plate, em Buenos Aires. E aí o Santos sobrou, vencendo por 3 x 0, com 2 gols de Pelé.
Europa – O time português também teve uma final épica para conquistar a Champions e disputar a final com o Santos.
O time lisboeta venceu ninguém menos que o poderosíssimo Real Madrid, que àquela altura já era pentacampeão do melhor campeonato de clubes do mundo.
O jogo foi disputado no Estádio Olímpico de Amsterdã, na Holanda, com vitória dos portugueses por 5 x 3 e dois gols do então pantera negra, Eusébio.
Mundial – Nos anos 1960 o Mundial Interclubes era decidido em dois jogos, um na Europa e outro na América do Sul. O primeiro teve lugar no Estádio do Maracanã, dia 19 de setembro de 1962, para um público espetacular de 90 mil torcedores (Renda de Cr$ 34 milhões), com arbitragem do chileno Rubén Cabrera.
Partida complicada, difícil, com um Benfica atento e sem medo de enfrentar Pelé e companhia. Ao final dos 90 minutos, vitória do Peixe por 3 x 2. O placar foi aberto por Pelé aos 31’, mas Santana empatou para os encarnados aos 58’. O atacante Coutinho voltou a colocar os brasileiros em vantagem aos 64’ e Pelé ampliou aos 85’. Mas Santana voltou a marcar aos 87’.
O placar deixou os portugueses animados com o jogo de volta, em Lisboa, diante das dificuldades que criaram para o Santos.
Só que nada saiu como o time do técnico Fernando Riera imaginava. O Santos estava infernal naquele 11 de outubro de 1062, no Estádio da Luz, para um público de 73 mil pagantes, com o francês Pierre Schwinte no apito.
O Peixe foi avassalador e antes que o time comandado por Eusébio pudesse entender o que estava acontecendo, os brasileiros já venciam por 5 x 0: Pelé marcou aos 15’, aos 25’, aos 64’, Coutinho aos 48’ e Pepe aos 77’. Apenas nos minutos finais é que o Benfica foi às redes: aos 85’ com Eusébio e aos 89’ com Santana. Placar final 5 x 2 e a primeira conquista de um clube brasileiro e a segunda de um sul-americano no Mundial (o Peñarol venceu em 1961, coincidentemente o Benfica).
Lima e Pepe – Na solenidade deste final de semana, Lima e Pepe representam todos os demais campeões. Além dos dois, daquele time que esteve em campo ainda estão vivos Pelé e Mengálvio.
BENFICA 2 x 5 SANTOS
Campeonato Mundial Interclubes
Local: Estádio da Luz, Lisboa, Portugal
Data: 11 de outubro de 1962 (quinta-feira, 21 horas)
Público: 73.000 pagantes – Renda: Cr$ 60 milhões
Árbitro: Pierre Schwinte (França)
Gols: Pelé aos 15’, aos 25’ e aos 64’, Coutinho aos 48’ e Pepe aos 77’ (Santos) e Eusébio aos 85’ e Santana aos 89’ (Benfica)
BENFICA: Costa Pereira, Jacinto, Humberto, Raúl e Cruz; Cavem e Coluna; José Augusto, Santana, Eusébio e Simões. Técnico: Fernando Riera.
SANTOS: Gilmar, Olavo, Mauro Ramos, Calvet e Dalmo; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Luís Alonso (Lula).