A RODOVIA Dom Pedro (SP-65), que faz a ligação entre Campinas e Jacareí, é considerada a melhor do País. Foi o que apontou a 23ª Pesquisa Rodoviária da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), divulgada quarta-feira, 23, em Brasília.
O estudo é realizado desde 2009 e este ano avaliou 108 mil quilômetros de estradas estaduais e federais pavimentadas. Foram levados em conta três principais características da malha rodoviária: pavimentação, sinalização e geometria da via, que foram analisadas com os conceitos ótimo, bom, regular, ruim e péssimo.
Das 20 melhores ligações rodoviárias avaliadas, 17 cortam o Estado de São Paulo e todas concedidas à iniciativa privada. É a primeira vez que a Dom Pedro fica em primeiro lugar.
A rodovia Fernão Dias, que é federal, é administrada pela concessionária Arteris e aparece na 16ª colocação.
Pontos críticos – O trabalho ainda aponta os pontos críticos da malha rodoviária brasileira, que teve aumento de 75,6% entre 2018 e 2019 nas estradas federais e principais trechos estaduais também pavimentados. Foram identificados, em 2019, 797 pontos críticos. Destes, 130 são erosões na pista, 26 quedas de barreira, 2 pontes caídas e 639 trechos com buracos grandes. Entre 2017 e 2018, o número de pontos críticos já havia aumentado de 363 para 454 casos.
Na avaliação da CNT, 59,0% da malha rodoviária pavimentada apresentam algum tipo de problema, motivo pelo qual foi considerada regular, ruim ou péssima e 41% consideradas ótimas ou boas. De acordo com o levantamento anterior, feito em 2018, 57% dos trechos apresentavam estado geral com classificação regular, ruim ou péssima.
Outros 52,4% da extensão de todo pavimento avaliado apresentam problemas, e 47,6% têm condição satisfatória. O pavimento está “totalmente destruído” em 0,9% da extensão avaliada.
No que se refere à sinalização, 48,1% foram consideradas regular, ruim ou péssima, e em 51,9% ótima ou boa. “A faixa central é inexistente em 6,6% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 11,5%”, aponta do estudo.
Na avaliação da geometria da via – que considera o tipo e o perfil da rodovia, a presença de faixa adicional, de curvas perigosas e de acostamento – 76,3% da extensão foram consideradas deficitários, e 23,7% avaliados como ótimos ou boas. As pistas simples predominam em 85,8% da extensão e, em 45,5% dos trechos avaliados falta acostamento. A CNT alerta que não há acostamento em 41,7% dos trechos com curvas perigosas.
O levantamento avalia que serão necessários R$ 38,6 bilhões em investimentos em “ações emergenciais de manutenção e reconstrução” para a recuperação das rodovias brasileiras. No entanto, dos R$ 6,2 bilhões em recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, apenas R$ 4,78 bilhões (77,1%) foram investidos até setembro.