A ASSOCIAÇÃO Brasileira de Revendedores de Gás GLP (Asmirg) protocolou documento de protesto na Petrobras na última semana. A entidade classista reclama que a petrolífera brasileira está vendendo o gás R$ 5 mais caro para o Brasil e questiona métodos de preços adotados pela estatal nos últimos anos, que têm prejudicado revendedores e consumidores.
A Petrobras, em comunicado na semana passada, anunciou queda no preço do Gás GLP (gás de cozinha), baixando o preço do botijão de 13 kg para R$ 23 na refinaria. Porém, os preços nos depósitos de Mairiporã seguem sem alterações desde o ano passado. Consulta realizada no início da semana detectou que, em média, o valor praticado na cidade é de R$ 70.
Segundo a Asmirg, a empresa precisa assumir seu papel de estatal com cunho social e proteger a nação brasileira por se tratar de um tema de segurança nacional. “O gás de cozinha não pode ser comparado com qualquer outro produto, ele é elemento essencial no combate à fome do povo brasileiro”, diz a nota, que ainda ressalta que a maioria dos consumidores é de baixa renda.
De acordo com a entidade, o custo de produção do gás de cozinha é praticamente zero. “Quanto ao custo do produto, para se ter ideia, quando vai refinar o petróleo, o primeiro a se extrair é o GLP. A 20 graus se extrai o GLP; depois, vêm os demais: a gasolina, o diesel, a nafta entre outros”, explica.
Outra reclamação é que o gás residencial que o Brasil consome é de fabricação nacional e a política de preço não deve ser como as demais companhias do setor. “Como podemos falar em paridade de preço internacional se o produto é produzido e consumido no próprio Brasil?”, questiona a Associação.
Outro problema apontado é referente às distribuidoras que compram com desconto na refinaria e não repassam para a revenda. Ou seja, os únicos beneficiados são as distribuidoras, que, quando sobe o preço na refinaria, aplicam o reajuste, e, quando compram mais barato, não repassam o desconto.