Ressaca eleitoral

Ainda em meio a ressaca das eleições deste ano, que parece continuar em vários locais da cidade, é preciso dizer com todas as letras que a tarefa de governar o município vai ser a mais espinhosa de toda a sua história política.
Mesmo com uma campanha curta e com a falta crônica de recursos financeiros, considerável parcela do eleitorado não demonstrou o menor interesse pelo assunto, mesmo com relevantes informações pela mídia, em todas as suas formas. A ausência de eleitores também foi a maior da história da cidade (escandalosa mesmo), que somada aos que anularam o voto ou votaram em branco representaram a vontade de 17.500 pessoas.
As frequentes perguntas ‘quem foi eleito?’, ‘quem não foi’, ‘por que foi eleito’, parecem não ter sentido algum agora, a não ser para os próprios candidatos. Aos derrotados cabe apenas aceitar o resultado, independentemente de quem sejam os vencedores.
Temos um novo prefeito (nem tão novo assim, pois já governou a cidade em outras duas oportunidades) e sete novos vereadores, e caberá a todos nós abrirmos os olhos e fiscalizar o que será feito e também o que deixará de ser.
O ‘prêmio’ a quem não compareceu para votar será o pagamento de uma multa irrisória, de R$ 3,50. Se todos tivessem depositado seus votos nas urnas, qual seria o resultado? Ninguém jamais saberá.
Quanto a dar trabalho ao novo prefeito, a tarefa mais uma vez ficará com o povo e a mídia, pois com a nova composição da Câmara o prefeito vai ‘nadar de braçada’.
O que a cidade espera é que o novo comandante do Palácio Tibiriçá faça tudo diferente do que fez entre 2005 e 2012. Naquela oportunidade ‘chovia dinheiro’ nos cofres da Prefeitura e pouco foi feito. Hoje, isso mudou, o que enseja competência na gestão dos negócios públicos e muita criatividade.
Também seria oportuno revisar a questão dos tributos municipais. A forma hoje vigente do recebimento é a mais injusta possível. O que se espera é que o pagamento de impostos promova, de verdade, a tão sonhada justiça tributária, com o fim da permissividade que há anos perdura, em que os bons pagadores são punidos ao quitar em dia o que é devido, em favor dos maus, premiados com reparcelamentos intermináveis. Isso sem se falar naqueles que aumentaram suas áreas construídas, mas pagam por metragens inferiores. É uma indignidade e até pode-se dizer que não deixa de ser um assalto aos cofres públicos.
Se começar por aí, já será um bom início de governo.

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