O Correio precisou de esforço incomum para noticiar, com o profissionalismo e a ética que lhe são peculiares, a informação sobre os números da campanha de vacinação da gripe na cidade, cuja meta, mais uma vez, está longe de ser cumprida. Qualquer que seja a campanha de vacinação, os números são omitidos. Os profissionais deste jornal, e consequentemente seus milhares de leitores, estão, desde 10 de abril, quando teve início a campanha, sendo boicotados pelo governo do prefeito Antônio Aiacyda (PSDB), que desde sua posse decidiu vetar o envio de quaisquer dados para o jornal. Mas ainda assim conseguimos mostrar que, próxima do fim, a campanha em Mairiporã infelizmente não vacinou nem a metade do público-alvo.
Julgando-se dono da informação e acreditando que o Correio dependeria única e exclusivamente de fontes oficiais para fazer seu trabalho, o chefe do governo mairiporanense determinou aos subalternos da Comunicação e consequentemente das secretarias, que deixassem de repassar à Redação qualquer notícia sobre a seu governo, além de ignorarem totalmente os questionamentos feitos.
A tentativa, que muito se assemelha à censura, restou infrutífera. Desde que a medida foi tomada, este jornal não deixou de publicar uma só notícia relevante para os leitores, a nossa única razão de existir. E assim continuará a ser. Temos redobrado a atenção e o trabalho para furar o bloqueio oficial.
Fazemos isso porque o livre acesso à informação é direito constitucional assegurado ao cidadão. Quem coloca entrave à circulação da notícia não agride a jornalistas ou a jornais, muito menos a seus dirigentes, mas a população e a democracia.
O tráfego de informações, ainda mais as públicas, não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse. Como expressamos recentemente em editorial por ocasião do nosso 15º aniversário, seguiremos “lutando pelos interesses – os verdadeiros e legítimos – de Mairiporã, doa a quem doer”.
Não é a primeira vez que este jornal entra na mira de prefeito de plantão. Por causa da independência editorial, a serviço do leitor, é bastante comum o desejo de nos manietar. O atual ocupante do Palácio Tibiriçá, aliás, disse aos quatro cantos que não descansaria enquanto não fechasse o jornal. Dois anos e meio se passaram e mesmo com as dificuldades inerentes às empresas de comunicação, especialmente às de mídia imprensa, estamos de pé. E este momento é oportuno para reafirmar que, diante de mais um boicote, responderemos tão somente com jornalismo.