Responsabilidade maior

Na edição de hoje do Correio é publicada uma reportagem sobre o número de pessoas que possuem planos de saúde. Como tive acesso privilegiado às informações, antes mesmo de sua publicação, as utilizei para este artigo e as constatações decorrentes dos números.
Mairiporã tem pouco mais de 20% de sua população atendida pela medicina privada, o que é pouco se levarmos em conta as condições precárias da saúde pública local. Mas esse percentual já foi bem maior há uns dez anos. Hoje, perdemos até para Francisco Morato, cuja economia é muito inferior à nossa. E não vai aqui qualquer conotação de crítica ao vizinho município, apenas uma constatação.
Diante desse quadro, nossa saúde pública vai inteira na contramão, quando deveria percorrer caminho inverso, ou seja, oferecer melhores condições de atendimento a quem não tem condições de adquirir plano de saúde. Estamos próximos de cem mil habitantes, mas como uma estrutura de saúde caótica.
O novo hospital, construído pelo atual prefeito, pode e deve ser considerado um bálsamo para o sofrimento da população, embora boa parte dela não reconheça a importância da novíssima instituição, o que convenhamos, é uma aberração. Mas voltando ao tema, melhorar o atendimento médico-hospitalar passa pelo novo hospital e não há como isso.
Ao futuro mandatário da cidade, que já ocupou a Prefeitura por oito anos, cabe enxergar mais adiante e ter em mente que a crise econômica fez e fará aumentar o número de pessoas que irá buscar ajuda na saúde pública da cidade. Portanto, um hospital com instalações maiores e equipamentos necessários é fundamental para o setor da Saúde. Se assim não for, a equação ‘velho hospital + aumento de pessoas a serem atendidas’ vai levar à banca rota os serviços oferecidos nessa área. Não há outro entendimento razoável sobre o assunto. Médicos que ouvi foram unânimes em afirmar que o pequeno e velho hospital não tem mais condições de oferecer nem mesmo um razoável atendimento ao público. Será de ruim para pior.
Os tempos são outros, aqueles oito anos vivenciados pelo prefeito que volta ao cargo ficaram para trás e a responsabilidade agora é maior.
Apenas dar dinheiro para um hospital funcionar meia-boca, que no nosso caso não vai ser nem isso, é prática tacanha que não pode mais prosperar. A crescente transferência de pessoas do sistema privado de saúde para o SUS, impõe mudanças radicais.

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