Quem prima pela leitura, o que não é o caso da maioria dos nossos governantes municipais, faria uso, com certeza, de uma frase de José Ortega y Gasset: “O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência vital decantada por milênios, gota a gota.”
Infelizmente parece que o prefeito e muitos dos vereadores não comungam desse pensamento e preferem o comodismo do passado, que sem dúvida é tentador, porém sem perspectivas, sem mudanças, como se existisse algum sentido na vida se já soubéssemos vive-la. O que falta ao chefe do Executivo é ignorar esse comportamento e focar no hoje, no agora, no preparo para os dias que virão.
Para se chegar a novas conquistas há que se evitar o que passou e para tanto o prefeito precisa entender que voltar ao passado não irá desfazer os erros. Se ele não aprendeu com eles, a cidade está condenada ao retrocesso, à estagnação. O que se pensava há um, quatro ou oito anos, não pode prevalecer agora. É fundamental entender, enquanto gestor municipal, que o ser humano está constantemente mudando e evoluindo.
O que se viu nestes três meses de administração da cidade foi um amontoado de equívocos, decisões impensadas, escolhas erradas, um repeteco do que se viu nas administrações entre 2005/2012. Só que os tempos atuais são diferentes e economicamente mais difíceis que aqueles.
Por mais estúpidos que tenham sido os erros, o que se esperava é que o prefeito tivesse aprendido com eles. A realidade, no entanto, é outra: eles voltaram a se repetir e isso é uma demonstração clara de que os eleitos no ano passado preferem nadar contra a correnteza e tropeçar em meio ao caminho.
O ser humano não é perfeito, muitas vezes falha e continua a cometer falhas. Mas é fundamental, no caso de nossas autoridades, que errem por tentar as mudanças, por novas experiências. Infelizmente parece que estamos condenados ao retrocesso.
Quem vive e conhece a política praticada na cidade sabe perfeitamente que Mairiporã perdeu o bonde da história em algumas oportunidades, como em 1996, 2000 e em 2016.
Nessa toada, até a linha em corre que o bonde não mais existirá.