Reflexão

Todo dia muitas informações, conversas, opiniões. Alguém disse aquilo, alguém pensa isso. Maria não gosta do José, que não gosta do João. Quem está certo? Todos ou ninguém? E assim a gente ouve, segue, diz, passa e ouve de novo. Por que não parar um pouco?
Parar é bom, de vez em quando, se permitir um tempo. Um tempo para se entender, se conhecer e se esforçar para olhar para dentro. Fulano disse aquilo, mas o que você pensa sobre isso? O que você sente sobre isso? Parar, às vezes, faz bem.
Por isso que, sempre que possível, pelo menos uma vez ao ano, tiro uns dias para mim. Não para fazer alguma coisa específica, às vezes nem mesmo para fazer coisa alguma. Um tempo para distanciar de tudo o que já se conhece, olhar de longe, analisar, sentir falta, e isso faz bem, afinal é um exercício de se rever.
É comum que as pessoas confundam esse tempo com algum tipo de chateação. Será que está bravo? A verdade é que todos nós precisamos desse tempo, que pode ser uma tarde para alguns, ou dez dias para outros. Um tempo de afastamento, não eterno, nem comprometedor. Quando voltamos, tudo ainda está lá, do jeito que deixamos. O que mudou fomos nós.
Tempo não significa isolamento. É só reflexão. É se preparar para direcionar as coisas para onde queremos que andem a partir de então, sem aquela sensação incômoda de que tem algo errado.
Contudo, muitos preferem não pensar. Se olhar no espelho por muito tempo pode revelar coisas que não queremos ver. É melhor apagar a luz? Olhar sem ver, de canto de olho? Podemos correr, mas não tem fuga. A única saída é aprender e respeitar aquele que é o nosso único companheiro inseparável: nós mesmos.
E se não aprendemos a conviver com nós mesmos, quem irá?