Agora é a vez da rede municipal, depois da retomada da rede estadual e das escolas privadas de Mairiporã.
O retorno as aulas nas redes públicas é reconhecidamente um ‘problema’ de alta complexidade e demanda seriedade dos gestores com planejamento estratégico, monitoramento continuo e plano de contingencia, pois, esse retorno da rede municipal em Mairiporã envolve por volta de 40 mil pessoas.
A preservação da saúde evitando contaminação e óbitos de todos os alunos, dos profissionais da educação – professores, coordenadores pedagógicos e a gestores escolares – de todos os servidores de apoio escolar – merendeiras, inspetores de alunos, auxiliares desenvolvimento infantil e as de serviços – dos profissionais do transporte escolar e dos servidores da merenda escolar. Envolve perto de 10 mil pessoas que diariamente frequentam as escolas da rede municipal. Esse pessoal convive com pouco mais de 40 mil outras pessoas incluído os seus familiares e vizinhos próximos, aproximadamente 40% da população de Mairiporã.
Dois aspectos impactantes se destacam nesse reinicio das aulas presenciais. Fundamentalmente garantir a preservação da saúde dessas pessoas e, por consequência, a oferta de ensino de qualidade na forma presencial.
A que se considerar o impacto na aprendizagem avaliados nesse período de pandemia pela COVID com as escolas fechadas que afetaram, ainda mais, o nível de proficiência dos estudantes. Perto de 70% das crianças brasileiras de até 10 anos apresentam dificuldades na leitura e escrita, indicam estudos de especialistas em relatório para o Banco Mundial.
Evidentemente a garantia de ensino de qualidade ficou comprometida diante da impossibilidade das aulas presenciais.
Ai um aspecto a ser ressaltado, a atuação docente presencial como protagonista é insubstituível, em especial, com as crianças no período de alfabetização. Os materiais didáticos como livros e apostilas são complementos importantes, mas não substitui a atuação presencial do professor nesse início da escolaridade de nossas crianças.
A secretária da Educação de Mairiporã, professora Marcia Bernardes, informou oficialmente, na última segunda feira (10), que o início das aulas presenciais ocorrerá no próximo dia 14 de junho, inicialmente, no máximo com 35% dos alunos. Pretende que esse retorno as aulas ocorram de “forma segura, organizada e planejada” a partir das condições sanitárias, a serem definidas juntamente com a nova secretária da Saúde.
Anunciou um novo calendário escolar com as aulas remotas até 31 de maio, com o recesso escolar até 13 de junho e retorno presencial no dia 14 de junho. Que estaria se reunindo no dia seguinte com as direções das escolas municipais para o detalhamento e a preparação das escolas e creches. Mencionou que a secretária da Educação faria uma pesquisa com os pais a respeito desse retorno e que os mesmos aquedassem orientações das direções das escolas.
O atual momento o retorno as aulas presenciais geram insegurança aos pais, aos profissionais da educação e servidores de apoio escolar, por motivos óbvios. Nesta semana a própria OMS destaca em relatório que “milhões de vidas foram perdidas, incontáveis outras pessoas estão sofrendo de complicações a longo prazo da doença aguda e muitas outras lutam com a saúde mental precária resultante de meses de ansiedade, depressão, privação e isolamento social. Crianças perderam meses de educação na escola, adultos perderam meses de trabalho, e as desigualdades existentes foram exacerbadas. As viagens têm sido gravemente interrompidas. As economias da maioria dos países experimentaram declínios significativos em 2020, e os governos acumularam níveis de dívida não vistos desde a Segunda Guerra Mundial.”
Sabe-se que as únicas defesas para evitar contaminação são o efetivo distanciamento social e a vacinação. Nesse sentido, o retorno presencial exige cuidados especiais com as crianças na escola e no transporte escolar, bem como, de todos os trabalhadores envolvidos na oferta de ensino as nossas crianças.
A condição ideal seria todos vacinados, mas a vacina no caso das crianças ainda está em fase de estudos pelos especialistas. Uma vacina que funciona nos adultos não obrigatoriamente terá o mesmo resultado em crianças, porque o sistema de imunização delas não está maduro. Qualquer precipitação pode gerar consequências irreparáveis. Veja os casos das gravidas vacinadas nesta semana que vieram a óbito após serem vacinadas pela AstraZeneca quando as prefeituras seguiram PNI – Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
A campanha de vacinação já atendeu com as duas doses os profissionais da educação com 47 anos ou mais da rede pública e da rede privada também. Entretanto os outros profissionais ainda não têm previsão para vacinação. A secretária e o prefeito Aladim informaram que pleitearam vacinas para atender essa finalidade junto ao governo do estado de São Paulo, mas deverão aguardar as próximas etapas de vacinação, segundo reposta do estado.
Sabe-se que no dia 14 de junho a rede municipal de ensino de Mairiporã iniciará uma nova etapa em circunstâncias nunca vivenciada. Todos os envolvidos devem fazer da melhor forma para que essa ação coletiva tenha sucesso. Uma missão de altíssima responsabilidade, pois trata-se de preservar vidas e cada vida é uma preciosidade.
Enfim, resta chamar atenção para os adultos envolvidos nessa etapa de retorno as aulas presenciais para as suas responsabilidades com as crianças, pois desde pais e familiares cuidando e orientado seus filhos, os motoristas e monitores no transporte escolar, o pessoal de apoio escolar na escola, os profissionais da educação que atuam na escola e aos professores e professoras devem redobrar a atenção e cuidados aos pequenos.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)
