Todo ano, no Dia do Professor, ocorrem manifestações do reconhecido social aos profissionais da educação
Passei minha vida profissional na educação motivado pela responsabilidade de possibilitar, da melhor forma possível aos alunos, um ensino de qualidade nas condições oferecidas. Esse pensamento me acompanhou o tempo todo. Ao mesmo ocorre entre os profissionais da educação, e há consenso que os professores carecem de maior reconhecimento profissional com salários compatíveis com a sua importância social. Sem dúvida, o carinho que recebemos de alunos, ex-alunos e familiares é profundamente gratificante, mas o boleto chega no fim do mês.
O Dia do Professor é comemorado no Brasil no dia 15 de outubro. A ONU – Organização das Nações Unidas – estabeleceu o dia 5 de outubro para essa homenagem, mas poucos países adotaram e muitos outros estabeleceram datas diversas. Entretanto, os países mundo afora reconhecem a importância dos professores.
No Brasil, em 1963, o então presidente João Goulart oficializou o dia 15 de outubro, coincidência ou não, a mesma data em que D. Pedro I baixou decreto imperial, no ano de 1827, criando o ensino elementar no Brasil e as Escolas de Primeiras Letras passaram a ensinar a leitura ameninas e meninos, a escrita e as quatro operações matemática. Surge, portanto, as primeiras escolas primárias do país que chegaram nas vilas, cidades e lugares mais populosos do Brasil.
Nesse último dia 15 ocorreram inúmeras manifestações reconhecendo e fazendo justiça enaltecendo nossos professores e professoras. Recente pesquisa indicou que “60% dos professores brasileiros não pensam em mudar de profissão. Mesmo com os desafios da pandemia.*1, acrescentaria, e tantos outros. Essa pesquisa destaca que 46% dos profissionais “se sentem motivados pelo impacto que geram no mundo (…) 74% dos entrevistados lecionam há mais de 10 anos e 88% dos entrevistados são mulheres.” 1
Os profissionais da educação, em sua imensa maioria, tem satisfação por considerarem fundamental sua função de compartilhar conhecimento. Somente quem já lecionou sabe: não há maior satisfação para um professor quando encontra com um dos seus ex-alunos e recebe aquele “olhar de carinho respeitoso” e, na maioria das vezes, elogiado. Não tem preço!
Urgente uma ação governamental do MEC para equilibrar os valores com a média dos salários dos profissionais com curso superior brasileiros que está em R$ 4.836,00. Considerando que o Piso Salarial do Magistério neste ano, para 40 horas de trabalho semanal fixado pelo MEC, está em R$ 3.845,00, portanto 20,5% menor. Pior, há estados e municípios que remuneram os professores com valores inferiores ao do piso.
