Realidade cruel

Os índices de eficiência em gestão dos municípios paulistas, divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado, colocou Mairiporã no noticiário televisivo, em nível nacional, mais uma vez de forma negativa: é uma das quatro piores cidades da Região Metropolitana, o que convenhamos não é pouca coisa.
Segundo o TCE, a área da Saúde tem obtido resultados pífios desde 2014, quando o órgão de fiscalização iniciou a coleta de dados para subsidiar a eficiência em administração municipal. Os problemas vão desde agendamento de consultas, falta de médicos e medicamentos até o aumento na demanda das especialidades.
A oferta de serviços de qualidade é um sonho do segmento mais carente da população mairiporanense, que depende exclusivamente da saúde pública. Ano após ano os gestores renovam as promessas de melhora, mas o que se vê é justamente o oposto.
Com a crise econômica o problema se agravou, pois quem era atendido por plano de saúde não conseguiu mantê-lo e passou a fazer uso do SUS.
Na soma geral daquilo que envolve a Saúde no município, o resultado dado a conhecimento pelo Tribunal de Contas não poderia ser outro. Se os gestores responsáveis não encontram meios para melhorar o sistema, não seria o caso, como ocorre em outras cidades, de uma intervenção judicial, ou pelo menos um questionamento? Sim, os dirigentes têm que fazer a Saúde funcionar e não viver só de desculpas como a falta de recursos (o que em parte é verdade), mas reconhecer que são incompetentes e não demonstram vontade em resolver.
Considerando-se a relação partidária tão propagada do prefeito com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), importante seria que os problemas da Saúde fossem discutidos em conjunto, assim como a busca por soluções, que vão desde recursos financeiros à capacidade dos gestores.
O governador tem destinado muito dinheiro a centenas de cidades para fazer frente aos problemas com a saúde, mas Mairiporã parece distante de conseguir uma vaga nessa lista. Realidade cruel!