Por trás de um grande homem, sempre existe uma grande mulher. Isso já ouvi tantas vezes que parece até simples. Hoje é comum dizer que é preciso que esteja ao lado e não mais atrás. De qualquer forma, apesar de ser possível ser feliz sozinho, é muito bom estar acompanhado.
Eu adoro cuidar e ser cuidado, mas como fazer que com o passar do tempo os valores não percam a força e que os sons não virem ruídos de um cochicho que a gente nem preste atenção?
Acho que que muitas vezes passamos o tempo idealizando e quem idealiza cria pessoas que não existem. Entendi que não existe a pessoa ideal. Existe a pessoa certa e ela está onde não imaginamos.
Gostoso quando um olhar provoca suspiros silenciosos na alma. Esses meses frios sempre me lembram o texto de Artur da Távola, quando dizia que “não namora quem não enlouqueceu um pouquinho para fazer a vida parar e ter sentido”.
Os relacionamentos andam meio banais. parceiros são trocados como trocas de peças de roupas. O advento da tecnologia trouxe esse efeito de que as pessoas se desacostumaram a consertar coisas. É mais simples substituir. Infelizmente essa pratica chegou nas relações.
Se você tem amigos e deve ter poucos verdadeiros, pense quantos estão em sua vida há mais de dez anos. É um fenômeno cada vez mais raro e se você puder enumerá-los em mais que os dedos de uma mão, pode se considerar um felizardo. Se estão na sua vida, passaram pela prova do tempo, até mesmo pelo difícil desafio de te ver feliz e realizado.
Triste é ser descartado. Quem descarta também perde. Sou mais das antigas. Prefiro ir mais fundo, mas já me dei muito mal. Quando me dei conta, percebi que minha utilidadade tinha acabado e junto comigo as promessas vazias e os sonhos que só existiam no mundo paralelo que eu havia criado.
Como não temos receita para viver por aqui, só nos resta ir em frente e aprender. A aprendizagem só acontece na prática. Aprende amar quem se relaciona e passamos a vida toda no processo de aprendizagem. Uma universidade que não termina e da qual encerraremos nossos dias sem ter concluido. Quem tem medo de se relacionar uma hora vai acabar percebendo que junto é mais gostoso, mas dá um trabalho danado.
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”
