Queda no PIB de Mairiporã pode chegar a R$ 103 milhões em doze meses

ALÉM da área da Saúde, a pandemia do coronavírus trouxe também alarmantes consequências à economia do País. A estimativa é que em Mairiporã o PIB (Produto Interno Bruto), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no município poderá chegar a R$ 1,61 bilhão neste ano, perda de R$ 103 milhões na comparação com o período anterior. Cairá de R$ 1.716.735.110,00 para R$1.613.730.200,00.

A projeção é do economista João Albuquerque Pereira, professor universitário, que conversou com a reportagem no primeiro final de semana deste mês. Segundo ele, nessa projeção está contida a flexibilização do comércio a partir de 11 de maio, o que pode não ocorrer.

De acordo com Pereira, “a queda começou em março, atingiu o pico em abril e, gradativamente, a economia pode dar sinais de recuperação a partir de maio”, em cenário bastante otimista. Mesmo assim avalia que é esperada uma diminuição nominal, incluindo a inflação, de 6% do PIB mairiporanese até o final deste ano.

Mairiporã tem 70% da sua matriz econômica nos setores de comércio e serviços, os mais prejudicados pela quarentena, que serão responsáveis pelo faturamento para baixo, seguido da indústria (27%) e da construção civil (3%).

Se a expectativa da flexibilização dos serviços não essenciais deixar de ocorrer no dia 11 próximo, os números deverão ser piores. Há setores, no entanto, que terão a capacidade de se recuperar mais rapidamente, como é o caso das exportações, pois alguns países, como a China, já retomaram as compras em alguns segmentos brasileiros.

Crescimento – Mesmo que haja a reabertura do Comércio e Serviços ainda este mês, o município não crescerá em 2021, devendo apresentar queda de 2%, pois 2020 terá uma base muito baixa para comparação, mesmo que exista uma eventual alavancada. Nessa projeção já está inclusa a previsão de que haja a liberação de recursos públicos, principalmente na área de infraestrutura.

“Se o faturamento cai, a fila do desemprego aumenta e isso leva as pessoas a atuar de maneira intermimente e até informal, ou seja, ocorre a precarização do trabalho. Esse quadro tem a tendência de causar o agravamento da questão social e a perda da qualidade de vida”, enfatizou o economista.

Recuperação – Ainda de acordo com João Albuquerque, depende essencialmente do setor privado qualquer recuperação econômica, principalmente em Mairiporã, pois ainda vão existir problemas envolvendo capital estrangeiro na economia brasileira, diante das contas públicas precárias.

A saída é investir na geração de riquezas, canalizando recursos para a construção civl, construção de estradas, etc.

Varejo – Levantamento divulgado pela Cielo aponta que o faturamento nominal do varejo, em todo o Brasil, caiu 27% entre 1 de março e 15 de abril deste ano. Um dos setores que puxou o índice para baixo foi o de vestuário, com decréscimo de quase 59%.