Que Legislativo queremos?

Mairiporã tem pouco mais de 200 candidatos que pretendem disputar uma das 13 cadeiras da Câmara Municipal. Mesmo sabendo-se que a briga para prefeito monopoliza as atenções, é imperioso deitar olhos mais atentos na escolha dos vereadores que, em tese, são os que encaminham e aprovam as políticas públicas que impactam a vida da população. Isso aumenta a responsabilidade dos eleitores em escolher com critério aqueles que pretende ter como seus representantes durante os próximos quatro anos.

Há que se avaliar com seriedade aqueles que, garantidos pela Constituição, têm o poder de fiscalizar o Executivo, propor leis e ser o elo de ligação da sociedade com o governo.

Aquilo que se viu ao longo dos últimos três anos e meio mostra de forma incontestável a necessidade de mudanças significativas. É fundamental que na próxima legislatura, a partir de janeiro de 2025, tenhamos uma formação que eleve o nível dos debates, das proposituras e comprometida com as causas populares. Há um bom tempo que o nível dos parlamentares tem deixado a desejar, o que implica na má qualidade dos resultados.

Em todo o processo, o eleitor também tem sua cota de responsabilidade, que começa por escolher bem os que podem estar à altura dos desafios e ter a visão do futuro que a cidade almeja. Os problemas precisam de vereadores competentes e dedicados no seu enfrentamento.

Mairiporã mantém, ao longo dos últimos 40 anos, um formato anacrônico de se legislar, que tem sido mantido independentemente da sua composição, e que tem um alto custo para os que pagam impostos. Um bom começo seria alterar a forma de encaminhar as propostas e as discussões, e reduzir à insignificância as indicações e moções, instrumentos arcaicos e sem qualquer resultado prático, bem como endurecer as regras para as concessões absurdas de título de cidadania, cuja meritocracia não é mais o principal componente da homenagem, e a criação de datas no calendário oficial do município, que se transformou em motivo de piada por toda a cidade.

Portanto, a construção de um legislativo eficiente vai passar pelo crivo daqueles que têm o poder do voto.