Uma pergunta de resposta difícil. Mesmos nestes tempos de estiagem longa, com níveis de água no Sistema Cantareira em estado de alerta, é comum pessoas lavando calçadas, dando um trato no carro, banhos demorados, enfim, tudo aquilo que não é recomendável neste momento grave que, tudo indica, antecede nova crise hídrica, a exemplo do que ocorreu em 2014.
Ontem, segundo dados da Sabesp, o volume operacional no Cantareira já estava abaixo dos 39% e, sem chuva no horizonte, é de se esperar que caia ainda mais. E não demora, há que se recorrer à reserva técnica, também conhecida como ‘volume morto’.
Este ano a chuva praticamente não deu as caras. Em 18 dias deste mês, apenas 0,7 milímetros caíram dos céus, enquanto a retirada de água das represas continuou no mesmo ritmo.
As autoridades, embora preocupadas, pouco fazem. Campanhas fracas nos meios de comunicação pedem por gasto consciente, porém falta empenho para ao menos minimizar o problema. Em centenas de municípios brasileiros, especialmente os da região Sul e Sudeste, como consequência dessa crise, o racionamento foi inevitável e a população está tendo que se virar como pode. E essa escassez não se verifica apenas no Cantareira, mas nos outros seis reservatórios do Estado.
A Região Metropolitana de São Paulo e cidades do Interior são abastecidas pelo Cantareira, que atende cerca de 7,5 milhões de pessoas. Se o consumo não cair, se não houver uso consciente, não haverá outra saída que não seja o corte no fornecimento.
Por enquanto, de acordo com os institutos de meteorologia, chuva só em novembro. E se vier.
Para completar esse quadro grave, esse cenário de déficit hídrico, há também o problema com o fornecimento de energia elétrica. Enquanto as hidrelétricas reduziram muito a oferta, as termelétricas tentam dar um jeito, mas com produção de energia cara, que leva o consumidor a gastar o que tem e o que não tem na conta de luz.
Portanto, é imprescindível que a população faça a sua parte e economize água e energia elétrica, pois não se pode prever quando São Pedro vai dar as caras, ou seja, vai abrir as torneiras.