Primeiros dias II

Nem tanta ansiedade, nem tanto medo, nem tanto pavor. Dessa vez, os sentimentos estavam mais moderados. Contudo, isso não significa que eles não estavam lá. Os primeiros dias em um novo trabalho podem se comparar aos primeiros dias em uma faculdade ou escola. Isso porque em todas essas situações você tem seu primeiro contato com as pessoas com as quais você terá que passar, no mínimo, bastante tempo.
Não posso dizer que não estava apreensivo. Cheguei quinze minutos mais cedo do que o necessário e esperei. Nesses momentos de tensão, a espera, por mais que seja mínima, parece maximizada. 30 minutos deixam de ser apenas 30 minutos e passam a ser 30 longos e arrastados conjuntos de 60 segundos. Por fim, uma hora acaba e chega o momento de entrar.
Estar acompanhado deixa tudo mais fácil. Mas a companhia não durou muito tempo e se transformou em apenas uma apresentação rápida. A partir daí, era minha vez. Minha vez de falar, de conhecer, de perguntar. Para minha surpresa pessoal, me saí melhor do que imaginei. Isso apenas significa que, pelo menos de primeira, não tive vontade de correr dalí.
É claro que os primeiros dias são de adaptação. Não se pode chegar com tudo em um grupo de pessoas que já está formado e que já se conhece há algum tempo. Por isso, o melhor a fazer é dar tempo ao tempo. Esperar até que portas sejam abertas e saber entrar nas brechas quando elas aparecem. Até lá, é esperar, se acalmar e saber que se está no caminho certo.