O PREÇO do gás de cozinha, botijão 13 quilos, o mais usado pelas donas de casa em todo o País, continua pesando no bolso e no orçamento familiar.
A pressão que o governo de Jair Bolsonaro faz junto a Petrobras, para estabelcer política de preços mais atrativa para o GLP, até aqui não deu resultado.
A mais recente decisão, de pôr fim ao subsídio dado pelo governo à Petrobras, passo para abertura do mercado e impulso à concorrência, não chegou aos consumidores que estão longe de sentir os reflexos nos valores pagos pelo produto.
Levantamento feito pelo Correio junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que a média de preços do botijão em Mairiporã caiu bem abaixo do que o governo federal prometeu quando anunciou novas medidas. Na comparação entre junho e agosto, a retração foi de 2,32%. Entre julho e agosto, 2,7%. Nas revendas locais, segundo levantamento feito pela reportagem, o valor cobrado pelo botijão de 13 quilos tem diferenças que chegam a 11,1% nos menores preços para retirada do produto (entre R$ 63 e R$ 70) e de 13,2% nos maiores, para entrega em domicílio (entre R$ 68 e R$ 77).
Analistas econômicos comparam o cenário de venda dos botijões de gás com o das maquininhas de cartão de crédito. Somente uma revolução na competitividade, com vista no segundo setor, forçará a redução nos valores praticados pelas revendedoras, que tendem a represar os preços para manter boas taxas de lucratividade. “O mercado ainda é muito fechado e o governo estuda possibilidade de abri-lo um pouco mais. Com mais competição, mais empresas vão brigar por clientes e menos por margem (de lucro). Como mercado é concentrado, normalmente essas reduções promovidas e importantes viram margem de lucro, principalmente para distribuidoras. Cai o preço na refinaria, mas não chega (ao consumidor) porque as distribuidoras absorvem com margem. Sem competição isso acontece”, avaliam.