Prefeito de São Bernardo corta salários de comissionados; Aiacyda dá aumento de 4%

A DIFERENÇA entre um gestor administrar uma Prefeitura e um político também investido nessa função, faz com que as decisões de um, e de outro, percorram caminhos inversos.
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), encaminhou à Câmara projeto de lei que autoriza o tucano a reduzir em 10% as jornadas e os salários de funcionários comissionados do Paço como forma de priorizar recursos públicos no enfrentamento do novo coronavírus. Com essa medida calcula-se que a medida “permitirá R$ 800 mil (mensais) em economia” e que os valores serão destinados às ações de saúde para o enfrentamento da pandemia.
O prefeito de Mairiporã, Antônio Aiacyda, que tem mais de uma centena de cabos eleitorais e correligionários políticos em cargos de comissão, foi em sentido contrário, e aprovou na Câmara um reajuste de 4% para todos os seus apaniguados. E não fosse a intervenção dos vereadores que lhe fazem oposição, teria conseguido também para si, para o vice-prefeito e os secretários, também um aumento de 4%.
O prefeito do ABC paulista também cortou seus próprios vencimentos em 30%, assim como os secretários. Com a medida, esses recursos foram destinados ao Fundo Social de Solidariedade de São Bernardo. Também a Câmara de São Bernardo cortou 10% dos comissionados. Em Mairiporã, Aiacyda não fez nenhum movimento no sentido de reduzir seus ganhos à frente da Municipalidade. Seus subsídios mensais montam R$ 19.750,00.
O vice-prefeito tem vencimentos de mais de R$ 10 mil, enquanto os secretários e o procurador geral recebem ao final de cada trinta dias, R$ 12.500,00. Nestes dois casos também não houve manifestação sobre cortar os salários.
Mais cidades – Dezenas de outros municípios também viram seus prefeitos reduzir seus ganhos, com percentuais entre 20 e 50%. E prefeitos que recebem bem menos que Antônio Aiacyda. Em outras esferas, governardos e deputados também enveredaram pelo mesmo caminho e reduziram seus ganhos.