Preço da gasolina cai, mas postos mantêm margens

NOVO corte no preço da gasolina foi feito pela Petrobras na terça-feira desta semana, o menor valor em 13 meses, considerando a correção pela inflação.
Nas bombas, no entanto, o repasse continua tímido, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Na terça, a Petrobras vendeu gasolina a R$ 1,5007 por litro em suas refinarias, 3,5% a menos do que o preço vigente no dia anterior segunda. Foi o 17º corte consecutivo desde o dia 22 de setembro.
Em todo o período, a Petrobras já reduziu o preço da gasolina em 34%. Nas bombas, porém, a queda acumulada é de apenas 3%, segundo dados divulgados pela ANP. Na semana passada, o litro da gasolina era vendido no país, em média, por R$ 4,554. Em Mairiporã, entre R$4,49 e R$ 4,69. O repasse vem sendo segurado por aumento nas margens de lucros dos postos, que voltou a subir na semana passada, para R$ 0,580 por litro, 7% a mais do que na semana anterior, quando já havia atingido níveis equivalentes aos praticados durante a paralisação dos caminhoneiros, em maio, quando a escassez levou à explosão das margens.
Na comparação com a semana de 22 de setembro, a fatia do preço final que fica com os donos de postos subiu 35,8%. O setor contesta os números da ANP e diz que a queda do preço nas bombas depende da velocidade do repasse das distribuidoras. Para especialistas, os revendedores podem estar aproveitando o momento de queda para recuperar margens perdidas durante o período de altos preços da gasolina nas refinarias, que aumentou a competição com o etanol.
A última vez a gasolina esteve abaixo de R$ 1,50 nas refinarias, em valores corrigidos pela inflação, foi no dia 24 de outubro de 2017. Na época, o preço médio do combustível nas bombas era R$ 4,072, corrigido pela inflação, quase R$ 0,50 abaixo do atual. A margem de revenda era R$ 0,438 (também corrigido pelo IPCA), ou cerca de R$ 0,15 a menos do que na semana passada.