Perfil

É sempre mais fácil lidar com as situações ruins quando temos alguém para culpar. Desde grandes problemas até as menores complicações, é mais confortável quando a causa da questão não somos nós. Mas, em algumas situações, não há como fugir e nos deparamos com a dura realidade: sim, eu errei.
Não estou aqui falando apenas daqueles erros graves, mas também dos erros bobos, frutos de momentos de distração, pelo qual todos, ou a grande maioria, passa. Esses dias, por exemplo, acabei deletando um dos meus perfis em redes sociais apenas por apertar em um botão errado, sem querer. Acontece que esse perfil já era usado por mim faz anos e anos, desde 2011. E, de repente, ele apenas desaparece, levando diversas das minhas memórias digitais.
Sim, não discordo de quem pensa que as gerações atuais são demasiadamente afundadas no virtual, chegando até mesmo a se desligar da vida real. Mas, também não posso negar que esse é o tipo de entretenimento que, cada vez mais, vem se tornando o primeiro contato com o mundo. Atualmente, o perfil é como um aglomerado de informações sobre a pessoa. Os pensamentos e momentos que ela decide compartilhar com o mundo estão lá. Daí a tristeza: nada do virtual é palpável no real e, com um simples clicar de botão, tudo pode se perder.
Dizem que na internet tudo dura para sempre, e não é mentira. Ao mesmo tempo, não somos nós, meros usuários, que temos controle sobre o que é ou não visível, é ou não é recuperável depois de apagado. Lá se foi o meu perfil, sem motivo que não um mero errinho durante um momento de distração e junto com ele, parte da vida registrada em pixel.