Em tempos de ‘vacas magras’, que em bom português significa absoluta falta de dinheiro, é de suma importância que o prefeito eleito reflita, analise e pense bem antes de nomear funcionários em cargo de comissão. Não que isso seja proibido, não é. O que pode pegar é a quantidade, pois os cofres municipais não tem essa folga que todos imaginam.
Não é novidade que os vereadores alinhados com o Executivo nomeiam entre 3 a 5 cabos eleitorais para ‘trabalharem’ na Prefeitura. Isso é corriqueiro há muitos anos.
No caso específico do futuro governo, a falta de dinheiro pode levar a rupturas com os vereadores, caso exista a necessidade de se demitir os nomeados. Essa situação desconfortável ocorreu no governo do prefeito Marcio Pampuri. Enquanto os cofres aguentaram, a maioria dos edis se mostrou aquiescente aos propósitos do Executivo. Quando a necessidade de frear os gastos falou mais alto, boa parcela daqueles que gozavam da intimidade do prefeito elevaram o tom de críticas por causa das demissões dos comissionados. Se foram de livre nomeação, também foram de exoneração. Isso implica que o prefeito deve pensar bem, pois um início de flores pode se transformar em pesada artilharia vinda do Legislativo.
Boa parte do povo tem o conceito de que nossos políticos trabalham somente pensando em si próprios e esquecem-se da população que os elegeu. Se houver inteligência no início, isso impedirá dissabores mais adiante. Não se pode prejudicar servidores concursados em nome de uma ‘aparente governabilidade’.
Esperar que os vereadores tenham consciência é perda de tempo. Nestes tempos de crise em todos os setores da economia brasileira, o prefeito eleito tem o dever de começar e levar, na medida do possível, as contas no azul. O Tribunal de Contas e o Ministério Público não estão para brincadeira.
Os vereadores têm obrigação moral e política de pensar na cidade e em seus cidadãos, em vez de olhar para os próprios umbigos. Mas que não se espere por isso.
Política se faz com seriedade, honestidade, fidelidade e, acima de tudo, honradez com os eleitores. Deveriam dar bons exemplos. Que tal? A vereança foi criada para que bons homens trabalhassem em prol de suas cidades, inclusive sem remuneração. Hoje, além dos altos salários, há também várias verbas, inúteis, diga-se, que apenas servem para lesar o bolso de uma sociedade que trabalha, que honra seus compromissos e que leva esta cidade nas costas.
Políticos locais precisam de mais responsabilidades e menos picuinhas. Precisam pensar a cidade com seriedade em vez de indicar gente inútil para ocupar cargo comissionado onerando os cofres municipais. Deveriam tratar os cidadãos com respeito e fazer o que é necessário para que nossa cidade se desenvolva em vez de tomar o tempo em moções de aplauso, concessão de títulos de cidadania e discursos vagos sobre ideologias ultrapassadas. Senhores, a população está se politizando, por isso devem repensar suas atitudes. Trabalhem para uma Mairiporã melhor e tenham o respeito que acham que merecem dos cidadãos honestos desta cidade.