Pelo telhado

Houve um tempo em que o respeito começava pela coisa pública, pelo dinheiro público. Ao longo dos anos, no entanto, isso foi se tornando algo perfeitamente dispensável. Em se tratando do atual governo, isso é prática comum.

O prefeito tem empregado dinheiro suado do contribuinte de Mairiporã, para reformar uma série de bens públicos, como a rotatória da entrada da cidade, por exemplo, que não serve para nada, não é frequentada por ninguém. Esse é apenas um dos exemplos do que foi feito ao longo dos últimos quatro anos.

Agora me deparei com uma obra que mal começou e foi desmanchada. A área de lazer na entrada do bairro Jardim Celeste, que havia sido feita no governo anterior, foi totalmente modificada para dar lugar a equipamentos esportivos, etc e tal. Até aí dá-se o desconto de que o local ganha novos equipamentos. Mas nem deu tempo de se concluí-la e já foi desmanchada. Por que? Porque no atual governo deve estar sobrando dinheiro e via de regra a construção de uma casa começa pelo telhado.

Depois de gramado todo o entorno do local, tudo foi retirado porque alguém mais atento, porém lento, descobriu que era precisa colocar a fiação elétrica para iluminar praça e a quadra esportiva. Ou seja, desmanchou-se o que havia sido feito e gastou-se mais dinheiro porque começaram a obra pelo final.

Em artigos anteriores citei outros exemplos de como se gasta mal o dinheiro público na atual gestão.

A verdade é que este País é um doente crônico, cujo sistema político move-se com agilidade pelos canais burocráticos e rói a dignidade.

E agora começou a campanha política para as eleições e a expectativa é que o eleitor não deixe o seu voto ser roído pelos ratos. Que escolha bem os seus candidatos.

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988