No centro das atenções está o debate do “passaporte da vacina” se viajantes devem ou não apresentar para entrar no Brasil, após surgir a nova variante ômicron de origem africana.
Polemizado pelas posições do chefe do executivo federal que, de forma maquiavélica, a mídia usa a máxima “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”, frase atribuída a Henry B. King, ator e diretor cinematográfico norte americano.
O presidente Bolsonaro se posiciona contra tal exigência e o ministro da Saúde, apegado ao cargo, declara “melhor a morte do que perder a liberdade”.
As polêmicas provocadas pelo chefe do executivo federal vem se repetindo desde as restrições de acesso a dados do Ministério da Saúde sobre a pandemia do Coronavírus. Como alternativa, os veículos de imprensa criaram o Consórcio de Imprensa com Estado de São Paulo, G1, Globo, Folha de S. Paulo e Uol para diariamente divulgar corretamente a evolução pandêmica.
Não por acaso o consórcio de veículos de imprensa ganhou o Prêmio ABERJE de mídia do Ano na categoria Mídia Especializada promovida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial reconhecendo a relevância social de tal iniciativa.
Recente enquete realizada pela CNI-Confederação Nacional da Industria já apontava que 65% dos brasileiros são favoráveis a apresentação do passaporte da vacina nos estabelecimentos comerciais, 22% são contrários e o restante “sei lá, entende”.
Na verdade, casos de ômicron no Brasil já foram identificados aumentando a necessidade da imunização de toda a população diante de sua característica de forte contaminação.
O pano de fundo dessa questão está na vacinação. A notícia do último dia 13 ilustra a situação. O HC- Hospital das Clinicas paulistano informou que na UTI Covid estavam somente idosos e jovens não vacinados. Ora, São Paulo é o estado brasileiro com maior índice de imunizados (77%). Por isso as UTIs estão com vagas disponíveis. Os que optaram por não se vacinarem, se contaminados, vão para a UTI e ficam entregues à própria sorte.
Esse ‘passaporte da vacina’ acabou chegando no STF e o ministro Barroso estabeleceu a obrigatoriedade de comprovação da vacinação para viajantes vindos do exterior. Segundo a pesquisa da CNI, 66% dos brasileiros “diz ter medo de conviver com pessoas que não tomaram ao menos uma dose das vacinas contra a Covid 19”.
Na posse do futuro ministro do STF indicado pelo atual governo, André Mendonça, que se o presidente da República comparecer deverá apresentar o PCR – teste de COVID, pois na suprema corte o presidente Fux exige comprovante do exame negativo e realizado 72 horas antes da solenidade. Mais um mimimi pela frente.
Governando o país como se fosse o quintal de sua casa, o presidente dialoga com seus apoiadores o tempo todo. Os 25% que declaram que votarão nele, e os 22% que são contra o passaporte da vacina. Surge uma oportunidade para polemizar.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)